Para subir o Cruzeiro, Ney Franco precisará de aproveitamento que alcançou só em 3 clubes na carreira
Treinador chegará a Belo Horizonte nesta quarta-feira para acertar últimos detalhes com a Raposa
Por Fábio Rocha
O Cruzeiro está perto de anunciar Ney Franco como o novo técnico da equipe para a sequência da Série B do Campeonato Brasileiro. O treinador chega a Belo Horizonte nesta quarta-feira e irá se reunir com a diretoria celeste para acertar os últimos detalhes do contrato. Fechando com a Raposa, o comandante terá a missão de devolver o clube à Primeira Divisão em 2021.
Mas, para atingir a meta, Ney Franco terá que fazer um trabalho bem superior à maioria dos clubes por onde passou. Isso porque, considerando a atual pontuação do Cruzeiro na tabela e projetando a média de pontos alcançada pelo quarto colocado desde a edição de 2006, quando a Série B passou a ser disputada no atual formato, o treinador precisará registrar um aproveitamento que ele teve apenas com um time na carreira. No melhor cenário, será o desempenho que obteve em somente três equipes. Vamos às contas.
Com cinco pontos conquistados em oito rodadas, o Cruzeiro terá que aumentar drasticamente o desempenho de agora em diante se quiser voltar à Série A em 2021. Restam 30 jogos, ou seja, 90 pontos em disputa.
Desde 2006, a pontuação média para um clube obter o acesso é de 63 pontos. Assim, Ney Franco precisaria somar com o Cruzeiro mais 58 pontos, o que dá, até o fim da competição, um aproveitamento de 64,44% – desempenho que ele alcançou na carreira em uma equipe apenas uma vez: no Athletico-PR entre 2007 e 2008 (66,66%). Isso significa 19 vitórias e um empate nos 30 jogos restantes.
Já se considerarmos o melhor cenário, a menor pontuação que um clube conseguiu até hoje na Série B para subir foi o Vitória em 2007 (59 pontos). Desta forma, o Cruzeiro precisaria de mais 54 pontos (18 vitórias em 30 jogos) para voltar à Série A. Ou seja, Ney Franco seria obrigado a cravar um aproveitamento de 60%, número alcançado pelo treinador somente em três equipes que ele comandou: Ipatinga (62,96%) e Coritiba (62,35% – na primeira passagem) além do Athletico-PR já citado.
Confira o aproveitamento de Ney Franco nos clubes por onde trabalhou na carreira:
Goiás (duas passagens)
2018: 34 jogos – 18 vitórias, 5 empates e 11 derrotas (57,84% aproveitamento)
2019/2020: 45 jogos: 18 vitórias, 10 empates e 17 derrotas (47,40% aproveitamento)
Chapecoense (2019)
18 jogos: 5 vitórias, 4 empates e 9 derrotas (35,18%)
Sport (2017)
17 jogos: 6 vitórias, 4 empates e 7 derrotas (43,13%)
Coritiba (duas passagens)
2009/2010: 85 jogos – 47 vitórias, 18 empates e 20 derrotas (62,35%)
2015: 27 jogos – 7 vitórias, 10 empates e 10 derrotas (38,27%)
Vitória (duas passagens)
2013/2014: 47 jogos: 22 vitórias, 16 empates e 9 derrotas (58,15%)
2014: 26 jogos: 9 vitórias, 3 empates e 14 derrotas (38,46%)
Flamengo (duas passagens)
2006/2007: 74 jogos: 33 vitórias, 20 empates e 24 derrotas (53,60%)
2014: 7 jogos – 3 empates e 4 derrotas (14,28%)
São Paulo (2012/2013)
79 jogos: 41 vitórias, 16 empates e 22 derrotas (58,64%)
Botafogo (2008/2009)
75 jogos: 34 vitórias, 18 empates e 23 derrotas (53,33%)
Athletico-PR (2007/2008)
48 jogos: 29 vitórias, 9 empates e 10 derrotas (66,66%)
Ipatinga (2005/2006)
63 jogos: 33 vitórias, 20 empates e 10 derrotas (62,96%)
Pontuação do quarto colocado na Série B:
2019 – 62 pontos
2018 – 60 pontos
2017 – 64 pontos
2016 – 63 pontos
2015 – 65 pontos
2014 – 62 pontos
2013 – 60 pontos
2012 – 71 pontos
2011 – 61 pontos
2010 – 63 pontos
2009 – 65 pontos
2008 – 63 pontos
2007 – 59 pontos
2006 – 61 pontos
Média (2006 a 2019): 63 pontos
