Registros de armas de fogo aumentam 120% em 2020, mostra relatório

Poder360

Os dados de aumento no registro de armas de fogo constam do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública© Unsplash/Bo Harvey Os dados de aumento no registro de armas de fogo constam do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O número de registros de armas de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores subiu 120% em 2020, no Brasil. O total de armas registradas no sistema da Polícia Federal, no qual constam as que estão em posse de cidadãos comuns, cresceu 65% de 2017 a 2019.

Os dados constam do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesse domingo (18.out.2020) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

No Brasil, existem 2 tipos de registros das armas de fogo. Um deles é feito pelo Exército: o Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas de Fogo). Esse sistema reúne dados de armas de Forças Armadas, policiais militares estaduais, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e as usadas pelos chamados CACs (Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores).

No Sigma existem 1.128.348 registros de armas de fogo ativos. Na categoria CAC estão listadas 496.172 armas. É esse número que é 120% superior ao registrado em 2019.

O 2º sistema é o da PF, o Sinarm (Sistema Nacional de Armas). Nele estão as armas da própria PF e as usadas por polícias civis estaduais, Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais, órgãos como Ministério Público e Poder Judiciário e por cidadãos que tenham direito a posse ou porte.

Em 2017, o Sinarm tinha 637.972 registros de armas de fogo ativos. O número aumentou para 1.056.670 em 2019 –crescimento de 65,6%.

O anuário critica a existência de duas bases. Segundo o relatório, elas não são eficientes para indicar quantos cidadãos brasileiros possuem armas de fogo legais.

Os sistemas federais ainda não conseguem fornecer essa informação básica. Não ajuda a instabilidade jurídica promovida pelo sem-fim de decretos e alterações de portarias publicadas pelo Governo Federal a partir de janeiro de 2019”, diz Ivan Marques, presidente da Organização Internacional Control Arms e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Anuário.

APREENSÕES DIMINUEM

O anuário mostra também que as apreensões de armas de fogo ilegais diminuíram. Foram 1,9% menos operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal e 0,3% menos apreensões feitas pelas polícias estaduais em 2019 em comparação com 2018.

Como os números demonstram 1 aumento significativo nos registros de armas ativos, tanto para civis quanto para forças de segurança, e, historicamente observa-se que parte dessas armas migra do mercado legal para o ilegal, infere-se que a diminuição das apreensões é também sinal de redução de interesse neste tipo de operação”, afirma Marques.

A queda mais acentuada foi na região Centro-Oeste. Em 2016, a região era a campeã em apreensões, com a retirada de 99 armas ilegais para cada 100 mil habitantes . Em 2019, o número caiu para 32,6 armas para cada 100 mil habitantes. Com a descida, o Centro-Oeste passou a ser a região brasileira que menos tira armas de fogo ilegais de circulação.

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By valeon