Hamilton vence GP da Turquia, é heptacampeão da Fórmula 1 e iguala Schumacher
Ricardo Magatti, especial para o Estado
Lewis Hamilton fez história mais uma vez. O britânico da Mercedes venceu o GP da Turquia neste domingo com uma exibição que não foi brilhante, mas inteligente e estratégica, e sagrou-se heptacampeão da Fórmula 1. Recordista em número de vitórias, ele se igualou a Michael Schumacher em títulos na categoria. O mexicano Sergio Pérez, da Racing Point, terminou em segundo e o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, completou o pódio.
Hamilton foi absolutamente dominante em 2020, chegou à fantástica marca de 94 vitórias na carreira em 264 provas e foi campeão antecipadamente, mais uma vez. O agora heptacampeão mundial triunfou em 10 das 14 corridas da temporadas até aqui e reforçou, a cada prova, que já está entre os maiores da história. Ele chegou a 308 pontos na classificação e já não pode ser alcançado por seu companheiro Valtteri Bottas, que decepcionou no GP turco e terminou fora da zona de pontuação, em 14°.
Neste domingo, ele largou em sexto depois de uma performance ruim no treino classificatório na “pista de gelo” em Istambul, molhada pela chuva e com pouca aderência em razão do recapeamento tardio. Não foi uma exibição brilhante, tanto que Hamilton chegou a errar e cair para sétimo. No entanto, com pneus intermediários, o piloto da Mercedes conseguiu se adaptar ao circuito, contou com as paradas dos primeiros colocados e foi ganhando posições aos poucos, até ultrapassar o mexicano Sergio Pérez, da Racing Point, para assumir a liderança e de lá não sair mais.
Destruidor de recordes, o britânico chegou ao sétimo título com naturalidade e, assim como no ano passado, sobrou em relação aos rivais, mostrou que está em outro patamar já há algum tempo e impôs uma verdadeira dinastia na Fórmula 1, com sete conquistas, sendo quatro consecutivas.
Desde 2008, ano de seu primeiro troféu, o piloto evoluiu muito, e se consolidou também como um ídolo fora das pistas, com postura marcante contra o racismo e a favor dos direitos humanos e de causas sociais.
Em um ano marcado pelo movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e pela intensa discussão sobre ações afirmativas, Hamilton teve papel bastante relevante ao levar a preocupação com o racismo à principal categoria mundial do automobilismo. Mesmo com a ameaça de represálias, o único piloto negro da história não se intimidou e reafirmou sua postura antirracista, tornando-se referência no movimento.
O britânico teve atitudes públicas nos últimos meses e que causaram reações controversas na Fórmula 1. Em julho, ele tentou organizar um protesto coletivo para que os 20 pilotos se ajoelhassem antes da prova. Seis não aderiram.
Hamilton subiu ao pódio no GP da Itália com uma camiseta em que cobrava a prisão dos policiais responsáveis pela morte da jovem americana negra Breonna Taylor. Logo depois a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu o uso de outras vestimentas no pódio além do macacão. O supercampeão, porém, reiterou que continuaria protestando contra a discriminação racial e outros preconceitos, e assim o fez.