Apoiadores de Bolsonaro fazem protesto pelo voto impresso na Esplanada dos Ministérios

Manifestantes também carregaram cartazes contra a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) aos comandos da Câmara e Senado

Camila Turtelli e Gabriela Biló, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fez um protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo, 6, em defesa do voto impresso. Os manifestantes também carregaram cartazes contra a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) aos comandos da Câmara e Senado, respectivamente. A possibilidade de recondução de ambos ao poder está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Com dois carros de som, o grupo caminhou até o gramado em frente ao Congresso Nacional. Não houve divulgação oficial do número de participantes.

ctv-ogd-voto-impresso-1Manifestantes fizeram ato a favor da volta do voto impresso e contra a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para as presidências da Câmara e do Senado.  Foto: Gabriela Biló/Estadão

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) discursou durante o evento e colocou dúvidas sobre a credibilidade da urna eletrônica, embora não tenha havido qualquer evidência de fraude nas eleições brasileiras.

“O voto é o instrumento mais importante da nossa democracia e nosso sistema. Por mais que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e a mídia quase que integralmente queiram nos fazer acreditar que ele é perfeito, nós temos elemento para saber que ele é vulnerável”, disse a deputada.

Em março deste ano, Bolsonaro afirmou ter provas de que a eleição de 2018 foi fraudada e de que ele teria ganhado no primeiro turno, mas nunca apresentou qualquer prova que corroborasse sua declaração.

ctv-d9q-voto-impresso-3O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) posa para foto com simpatizante do presidente Jair Bolsonaro.  Foto: Gabriela Biló/Estadão

Mesmo com custos estimados em R$ 2,5 bilhões ao longo de dez anos, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria de Bia Kicis foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no fim do ano passado. Foram 33 votos a favor e apenas cinco contrários, com o apoio de partidos como DEM, Republicanos, PT, PDT e MDB.

O projeto torna obrigatória a existência do voto impresso. De acordo com a deputada, a eleição funcionaria da seguinte forma: o eleitor registraria seu voto na urna eletrônica, como é feito hoje. Após apertar o botão “confirma”, uma impressora geraria o voto de papel. O eleitor não poderia levar o comprovante, mas poderia vê-lo antes que ele fosse depositado em uma urna separada.

ctv-9ob-voto-impresso-2Não houve divulgação oficial do número de participantes.  Foto: Gabriela Biló/Estadão

Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do voto impresso. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tem defendido a segurança do sistema e, na semana passada, afirmou não ter controle sobre o “imaginário” das pessoas.

“Tem gente que acha que a Terra é plana. Tem gente que acha que o homem não foi à Lua. Tem gente que acha que Trump venceu as eleições nos Estados Unidos”, disse Barroso no último dia 29, numa referência indireta aos bolsonaristas, que não aceitaram até hoje a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump na disputa pela Casa Branca.

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