MOTIVOS PARA O PAÍS NÃO PROGREDIR
Victor Cezarini
Final na década chegando e, infelizmente, teremos mais uma década perdida. Mais perdida, inclusive, do que a década de 80. De 2011 a 2020, o PIB Per Capita brasileiro deve apresentar queda acumulada de 5,8%, pior do que entre 1981 a 1990 quando a queda foi 3,9%.
Em 2011, o PIB Per Capita brasileiro equivalia a 27% do americano, hoje equivale a 23%. Para se ter uma comparação, o da Colômbia saiu de 23% para 24%, do Peru de 19% para 21%, do Chile se manteve em 39%, da Coréia do Sul de 64% para 68% e da China 17% para 26%.
O mais frustrante disso tudo é que a solução para o Brasil é óbvia, contudo, não há vontade da atual classe política para adotá-la. Temos um dos piores sistemas tributários do mundo, estamos classificados na posição 184 no ranking de 190 países do Banco Mundial. Nossa legislação trabalhista é arcaica e atrasada, implicando em custos elevados ao empregador e salário baixo ao empregado, mesmo assim, poucos políticos se dispõe a mudar essa situação.
Nossas finanças públicas estão em completo frangalhos, com déficit recorrentes e nossa dívida caminhando para atingir 100% do PIB, devido a uma estrutura no setor público que impede a redução de despesas para proteger privilégios.
Tal situação cria uma volatilidade excessiva no câmbio e expectativas turvas com relação a inflação e juros, atrapalhando novos investimentos.
Particularmente, acho difícil ver uma solução para o Brasil que não passe por uma nova constituinte.
Infelizmente, a verdade é que a Constituição brasileira, escrita antes da queda do muro de Berlim, é um misto de utopia com estupidez. Acharam que bastava uma canetada para criar um país rico e esqueceram que só se enriquece com trabalho, investimento, empreendedorismo e inovação.
Enfim, temos agora que trabalhar para que a nova legislatura em 2022 seja mais consciente do que a atual e coloque em pauta as reformas que o Brasil precisa, caso contrário, continuaremos, eternamente, a ser o país do futuro.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos!
