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Rafael Salvi – Gazeta do Povo

| Foto: Divulgação/IDF
Desde segunda-feira (10), o conflito entre Israel e o Hamas se intensificou. Desde então, mais de mil foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza contra Israel – que responde com mais disparos buscando atingir alvos militares em regiões civis.

O número de mortos do conflito segue aumentando, mas se não fosse o sistema de segurança antimísseis de Israel o saldo poderia ser ainda pior. Só na segunda-feira, 200 dos mais de 480 foguetes lançados sobre Israel foram interceptados pelo sistema conhecido como Iron Dome, ou cúpula de ferro.

Mas o que é e como funciona esta tecnologia capaz de detectar mísseis de curto alcance e interceptá-los no ar, e que está sendo testada de modo considerável com as saraivadas de foguetes lançadas pelo Hamas nos últimos dias?

O que é o Iron Dome?
O Iron Dome é um sistema de defesa aérea desenvolvido pelas empresas israelenses Rafael Advanced Defense Systems e Israel Aerospace Industries, com suporte financeiro e técnico dos Estados Unidos.

Ele começou a ser elaborado em 2007. A primeira bateria antiaérea foi instalada em março de 2011, perto da cidade de Beersheva – cerca de 40 quilômetros da Faixa de Gaza e um dos alvos favoritos do Hamas. Duas semanas depois o primeiro míssil foi interceptado com sucesso.

Atualmente, Israel conta com 10 baterias antimíssil espalhadas em locais estratégicos por seu território, cada uma delas é equipada com três ou quatro lançadores de mísseis interceptadores Tamir. As baterias podem ser facilmente mudadas de lugar por meio de caminhões.

Como funciona
O sistema é dividido em três elementos principais. Um radar capaz de detectar e traçar a rota de mísseis inimigos, uma central de comando e um lançador de mísseis interceptadores.

Quando um alvo é identificado o míssil interceptador é disparado numa velocidade que pode chegar a 3100 km/h guiado pelos dados obtidos pelo radar.

O míssil é equipado com um sensor que o torna mais preciso. Um fusível de proximidade detona a ogiva de fragmentação quando o projétil inimigo está no alcance. Normalmente são esses fragmentos que os mísseis palestinos atingem em pleno voo quando o sistema funciona de forma eficaz.

Fonte: Rafael Advanced Defense Systems Ltd. Mais infográficos

Eficácia do sistema
Em primeiro lugar, nem todos os mísseis que são disparados contra Israel sofrem uma tentativa de interceptação. O sistema de radar do Iron Dome calcula a direção do projétil, se este se dirigir a uma região desabitada o sistema não entra em funcionamento.

Isso ocorre tanto para evitar a queda acidental de destroços em locais ocupados, como por questões econômicas – cada lançamento custa cerca de US$ 50 mil.

Daqueles que sofrem tentativa de interceptação, os oficiais militares israelenses dizem que o sistema tem 90% de eficácia, mas esse número não é unânime.

Uma estimativa feita com dados de 2014 pela revista The Conversation, que se baseia em conteúdos de investigadores e acadêmicos, aponta que o Iron Dome parou entre 59% e 75% dos mísseis visados.

Apesar da controvérsia, o sistema é bastante eficaz. Contudo há limitações. O Jerusalém Post explica que um grande volume diário de disparos pode furar o bloqueio de “ferro”. Durante a Guerra em Gaza de 2014, o Hamas disparou 4000 foguetes durante 50 dias. A maior quantidade, espalhada por um dia inteiro, foi de 200 disparos.

Mas nesta semana, o Hamas parecia ter sucesso em disparar mais de 100 foguetes em minutos, incluindo um número considerável em Tel Aviv. A questão que permanece é qual a eficiência do sistema se o Hamas for capaz de manter um volume grande e um ritmo constante de disparos.
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