Felipe Escudero
Desde que foi criada, a tecnologia blockchain, que funciona como um livro de registro de dados imutável, se mostrou extremamente útil para uma infinidade de negócios e projetos para além das criptomoedas.
Umas das soluções que a blockchain viabiliza é a tokenização de ativos, que consiste na criação de uma representação digital de um ativo em uma rede blockchain. Um dos principais benefícios da tokenização de ativos via blockchain é a democratização dos investimentos e os clubes de futebol do Brasil já começaram a perceber o potencial revolucionário disso.
Conforme destacou Felipe Escudero, analista de criptomoedas e anfitrião do canal BitNada, a democratização dos investimentos chegou, de fato, ao futebol:
“Hoje é possível investir na receita dos clubes, e até mesmo em cestas de jogadores das bases dos clubes, sem precisar ser um empresário do meio, ou ter grandes fortunas para investir. Você pode participar do crescimento do seu clube e ainda obter lucro com isso, investindo valores a partir de 50 reais. E este é um nicho crescente. Empresas no Brasil e no mundo estão trabalhando pela tokenização de ativos e de receitas no esporte. E o futebol está se tornando um case de sucesso”, destacou Escudero.
Clubes brasileiros aderem à tokenização de ativos
Vasco da Gama, Cruzeiro e, mais recentemente, o Coritiba firmaram parcerias para tokenizar os direitos de jogadores de futebol formados nas bases dos clubes. Na prática, os direitos ligados ao Mecanismo de Solidariedade da FIFA — cujo propósito é recompensar os clubes que formam jogadores — foram transformados em ativos digitais.
Esses ativos podem ser adquiridos por investidores e apoiadores do clube que passam a possuir um “pedacinho digital” dos direitos do clube. A cada negociação de um dos atletas da “cesta de ativos”, na qual o token é baseado, o seu detentor pode obter lucros. Em contrapartida, esse sistema cria uma nova fonte de renda para os clubes.
Além da tokenização do mecanismo de solidariedades, clubes nacionais como Corinthians, Atlético Mineiro lançaram seus “fan tokens” a exemplo de diversos grandes clubes europeus como Paris Saint-Germain, Barcelona, Milan e Juventus. Neste caso, os tokens funcionam como um programa de sócio 2.0. Os detentores dos tokens podem participar ativamente de decisões internas dos clubes, podem ter acesso à experiências exclusivas, descontos em ingressos e materiais esportivos, entre outras coisas.
No início de setembro, o Corinthians comercializou 850 mil tokens de torcedor a US$ 2 que se esgotaram em apenas duas horas, evidenciando como esse mercado está aquecido no Brasil.
Até mesmo a Seleção Brasileira de Futebol aderiu aos fan tokens, lançando o token Brazilian Football Team (BFT). O lançamento foi um sucesso e os tokens se esgotaram em 30 minutos após uma rodada de pré-venda, rendendo R$ 90 milhões em receita.
Para Paulo Aragão, especialista em criptomoedas, cofundador do CriptoFácil e host no Bitcast, essa união entre a tecnologia das criptomoedas e esporte é algo extremamente benéfico para ambos os lados, pois abre um leque de opções sem precedentes.
“Para os clubes, o primeiro ponto positivo é, sem dúvidas, o financeiro. Quase todos os clubes mais tradicionais do Brasil passam por dificuldades financeiras. Os tokens que são referentes ao mecanismo de solidariedade da Fifa, como o do Vasco, possibilitam uma antecipação de recebíveis. Já os fan tokens criam uma nova receita.
Aragão destacou ainda que o Atlético-MG também lançou coleção de NFTs comemorativa à uniformes históricos, está comercializando cards únicos em uma plataforma internacional entre outras iniciativas.
“A verdade é que ainda não sabemos com exatidão tudo que será possível. O horizonte é muito positivo e os clubes que entenderem isso logo, terão vantagens.”
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