Versão mantém apelo por ações climáticas urgentes, mas tenta atender às demandas de nações ricas e em desenvolvimento; documento ainda é negociado na Cúpula do Clima
Redação, O Estado de S.Paulo
Um novo rascunho do acordo final da Cúpula do Clima (COP-26), em Glasgow, mantém o apelo para que os países estabeleçam promessas climáticas mais ambiciosas no próximo ano, mas usa uma linguagem mais branda do que o anterior. O documento, divulgado nesta sexta-feira, 12, tenta equilibrar demandas dos diferentes países – a menção à eliminação do uso de combustíveis fósseis foi suavizada após pressão de nações árabes, grandes produtoras de petróleo.
A conferência ambiental acaba oficialmente nesta sexta, mas a expectativa é de que as negociações se estendam pelo sábado, 13. Dois dos maiores objetivos desta COP é resolver a regulamentação do mercado de carbono e o financiamento dos países ricos contra o aquecimento global – dois pontos não resolvidos desde o Acordo de Paris, pacto climático assinado em 2015. PUBLICIDADE
O documento diz que a atualização das promessas deve levar em conta “diferentes circunstâncias nacionais”, referindo-se às diferenças entre países ricos e pobres. Isso pode apaziguar alguns países em desenvolvimento, que dizem ser injusto esperar que abandonem os combustíveis fósseis e cortem as emissões na mesma velocidade que os ricos, cujas liberações são em grande parte responsáveis por causar as mudanças climáticas.
Sobre os combustíveis fósseis, a nova redação suaviza a antiga, que afirmava que o mundo deveria se comprometer a eliminar gradualmente os subsídios a essas fontes de energia, em geral. Agora, o texto fala em atacar subsídios “ineficientes” para combustíveis fósseis.
Analistas temem que isso sirva de brecha para que países mantenham parte do uso dessas fontes poluentes, e não se comprometam com uma transição energética mais abrangente. Apesar da mudança, o texto é considerado um avanço em relação às cúpulas anteriores. Essa é a primeira vez que um documento da COP cita explicitamente os combustíveis fósseis em um acordo final. O rascunho ainda pode passar por revisões./Com informações de Reuters