Empresário afirmou que a tecnologia vai ser a melhor forma de contato à distância e aposta no uso do metaverso para os próximos três anos

 Por Redação Link – O Estado de S. Paulo

Para Gates, o metaverso vai ser a realidade das videoconferências em poucos anos

Para Gates, o metaverso vai ser a realidade das videoconferências em poucos anosPUBLICIDADE

Embora esteja fora da corrida pelo desenvolvimento do metaversoBill Gates, fundador da Microsoft, acredita que a plataforma será o futuro das reuniões por videoconferência — e aposta no prazo de poucos anos para que isso se torne realidade. O empresário deu os seus ‘pitacos’ sobre os acontecimentos da tecnologia em 2021 em seu blog pessoal, o Gates Notes, na última semana. 

O metaverso é a perspectiva de mundo virtual que tem sido a estrela da Meta (ex-Facebook), desde que Mark Zuckerberg apresentou o conceito que quer desenvolver. Atrelado à mudança de nome da empresa, o metaverso seria um universo digital onde as pessoas poderiam interagir por meio de avatares em diversos ambientes, para trabalho, lazer e para encontrar outras pessoas — a ideia tem sido implementada em jogos e já alavanca a venda de artigos digitais exclusivos para esse ‘segundo’ mundo. 

Para Gates, tudo isso deve se tornar comum em breve. “Nos próximos dois ou três anos, prevejo que a maioria das reuniões virtuais passará das grades de imagens de câmeras 2D para o metaverso, um espaço 3D com avatares digitais”, afirmou em seu blog.

No que classificou como “o ano mais incomum e difícil da vida” — por conta da covid-19 e de seu divórcio com Melinda French Gates após 27 anos de casamento —, Gates viu o surgimento do metaverso em diversos segmentos com bons olhos. Em um segundo ano de pandemia, com muitas atividades ainda de forma remota, a solução de um universo menos bidimensional é o que mais chama a atenção do bilionário. 

“A ideia é que você acabe usando seu avatar para se encontrar com pessoas em um espaço virtual que reproduz a sensação de estar em uma sala real com elas”, ressalta.

Ainda assim, o empresário acredita que a forma de tornar a experiência mais real é, de fato, popularizar o uso de óculos e outros dispositivos de realidade virtual “para capturar com precisão suas expressões, linguagem corporal e a qualidade de sua voz”, o que pode tornar a forma de trabalho bastante cara.

“Ainda há algum trabalho a fazer. Estamos nos aproximando de um limite em que a tecnologia começa a replicar verdadeiramente a experiência de estarmos juntos no escritório”, explica.

Apesar de não estar mais no comando da Microsoft, Gates afirmou que a empresa trabalha no desenvolvimento de dispositivos de realidade virtual para experiências virtuais. A companhia, ainda, já sinalizou a intenção de incluir avatares 3D em plataformas de comunicação, como o Teams. 

Chamado de ‘Metaverse’, perfil de usuária sofre bloqueio misterioso no Instagram

Facebook havia banido perfil por falsidade ideológica; após ser contestada, empresa colocou conta no ar novamente

 Por Maddison Connaughton – The New York Times

Em outubro, Facebook mudou de nome para Meta, realinhando o interesse da empresa ao metaverso

Em outubro, Facebook mudou de nome para Meta, realinhando o interesse da empresa ao metaverso

SYDNEY – Em outubro, Thea-Mai Baumann, uma artista e tecnóloga australiana, se viu ocupando um lugar disputado na Internet.

Em 2012, ela criou um perfil no Instagram com o nome de usuário @metaverse, como ela era conhecida por seu trabalho criativo. Na conta, ela documentava a vida em Brisbane, onde estudou artes plásticas, e suas viagens para Xangai, onde criou uma empresa de realidade aumentada chamada Metaverse Makeovers.

Ela tinha menos de mil seguidores quando o Facebook, a empresa controladora do Instagram, anunciou em 28 de outubro que estava mudando de nome. Dali em diante, o Facebook seria conhecido como Meta, uma mudança em consonância com o foco da empresa no metaverso, mundo virtual que vê como o futuro da Internet.

Nos dias que antecederam o anúncio, quando a notícia vazou, Thea-Mai começou a receber mensagens de estranhos se oferecendo para comprar seu nome de usuário no Instagram. “Você agora é milionária”, escreveu uma pessoa no perfil dela. Outra avisou: “O Facebook não vai comprá-lo, eles vão tirá-lo de você”.

Isso foi exatamente o que aconteceu no dia 2 de novembro.

No início daquela manhã, ela tentou logar no Instagram, mas descobriu que sua conta havia sido desativada. E leu a seguinte mensagem na tela: “Sua conta foi bloqueada porque você estava fingindo ser outra pessoa”.

Por quem, Thea-Mai se perguntou, ela estava supostamente tentando se passar agora, depois de nove anos? Ela tentou verificar sua identidade no Instagram, mas semanas se passaram sem resposta, disse ela. Ela conversou com um advogado de propriedade intelectual, mas só pode pagar por uma revisão dos termos de serviço do Instagram.

“Essa conta tem uma década da minha vida e do meu trabalho. Não queria que minha contribuição ao metaverso fosse apagada da Internet”, disse ela. “Isso acontece com as mulheres do setor de tecnologia o tempo todo”, acrescentou Thea-Mai, que tem raízes vietnamitas.

Ela criou a Metaverse Makeovers em 2012. Quando a câmera de um celular com o aplicativo da empresa focava nos desenhos das unhas postiças criadas por sua equipe no mundo real, a imagem na tela mostrava hologramas saindo das unhas. Isso foi antes do Pokémon Go e dos filtros do Snapchat e do Instagram se tornarem parte da vida cotidiana.

Ela viu o potencial de usar a tecnologia em grande escala para roupas, acessórios e muito mais, mas seu capital de investimento acabou em 2017, e ela voltou para o mundo da arte.

Enquanto isso, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, estava investindo pesadamente em sua própria visão futurística de metaverso – que ele chamou de “uma Internet incorporada onde você está na experiência e não apenas a observa”.

“O metaverso”, de acordo com o que Zuckerberg disse no anúncio do novo nome do Facebook, “não será criado por uma empresa”. Em vez disso, afirmou, receberá uma série de criadores e desenvolvedores fazendo ofertas “interoperáveis”.

Cory Doctorow, blogueiro de tecnologia e ativista, disse que essa abertura anunciada vem com grandes ressalvas.

“Ele construiu o Facebook criando uma plataforma onde outras empresas encontram seus clientes”, disse Doctorow, “mas onde o Facebook estrutura o mercado global, reservando-se o direito de destruir essas empresas por descuido, malícia ou incompetência”.

Esse vasto poder, governado por políticas e algoritmos pouco transparentes, se estende ao controle da empresa sobre as contas dos usuários.

“O Facebook praticamente tem poder de decisão ilimitado para se apropriar dos nomes de usuário no Instagram das pessoas”, disse Rebecca Giblin, diretora do Instituto de Pesquisa de Propriedade Intelectual da Austrália, na Universidade de Melbourne. “Podem existir bons motivos para isso – por exemplo, se eles são ofensivos ou se alguém tenta se passar por outra pessoa de uma forma que cause confusão”.

“Mas o exemplo da @metaverse destaca a extensão desse poder”, disse ela, acrescentando que, de acordo com as políticas do Facebook, os usuários “basicamente não têm direitos”.

No dia 2 de dezembro, um mês depois de Thea-Mai solicitar pela primeira vez ao Instagram para recuperar sua conta, o New York Times contatou a Meta para perguntar por que a conta dela havia sido desativada. Um porta-voz do Instagram disse que a conta foi “apagada incorretamente por falsificação de identidade” e seria devolvida. “Lamentamos que esse erro tenha ocorrido”, escreveu ele.

Dois dias depois, a conta voltou a funcionar.

O porta-voz não explicou por que o perfil havia sido identificado como falsificação de identidade ou por quem ele talvez estivesse tentando se passar. A empresa não respondeu a outras perguntas quanto a se o bloqueio estava relacionado ao novo nome do Facebook.

Agora que sua conta foi ressuscitada, Thea-Mai planeja transformar a saga em um projeto de arte que ela começou no ano passado, P∞st_Lyfe, que é sobre a morte no metaverso. Ela também está pensando no que pode fazer para ajudar a garantir que o metaverso se torne o lugar inclusivo que ela disse ter tentado ajudar a construir.

“Como eu tenho trabalhado no espaço do metaverso há muito tempo, 10 anos, fico preocupada”, disse. Segundo Thea-Mai, ela teme que a cultura do metaverso possa ser “corrompida pelo tipo de tecnologia dos caras do Vale do Silício que, na minha opinião, têm pouca perspectiva e integridade”. / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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By valeon