Apelido para startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão foi criado por investidora do Vale do Silício, em 2013; empresas podem conquistar status ao serem compradas, recebendo aportes ou abrindo capital
Por Redação Link – O Estado de S. Paulo
O ano de 2021 foi recheado de aportes em startups brasileiras, popularizando as megarrodadas de investimentos (na casa das centenas de milhões de dólares). Consequentemente, o Brasil viu surgir mais unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), sinal do amadurecimento do setor de inovação do País — hoje, são 20 dessas empresas de tecnologia no País.
O mais recente unicórnio brasileiro veio no fim de dezembro, com a Facily, plataforma que une comércio eletrônico e social commerce para atuar como um hipermercado digital de compras coletivas, reduzindo custos para consumidores das classes C, D e E.
Ao longo do ano, foi a vez da MadeiraMadeira (em janeiro, com aporte de US$ 190 milhões liderado pelo SoftBank e pela gestora de fundos de ações Dynamo), a Hotmart (em março), a startup de identidade digital Unico (em agosto, após levantar rodada de R$ 625 milhões). Em novembro, foi a vez da Frete.com (antiga CargoX), conhecida como “Uber dos caminhões”, e da CloudWalk, de meio de pagamentos. E, em dezembro, foi a vez da Daki, de entregas de mercado ultrarrápidas, e da curitibana Olist, especializada em comércio eletrônico.
Mas, afinal, o que é um unicórnio e por que se fala tanto deles nas startups brasileiras?
Unicórnio é o nome dado às raras startups que ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão de avaliação de mercado
O que é um unicórnio?
Unicórnios, na mitologia, são criaturas raras e mágicas. Foi o jeito que a investidora Aileen Lee, do fundo americano Cowboy Ventures, encontrou para descrever as startups que conseguem atingir a marca de US$ 1 bilhão em avaliação de mercado. Startup, vale lembrar, é o nome dado a qualquer empresa de base tecnológica e que consegue crescer seu negócio de maneira escalável rapidamente – o que justifica, para muita gente, que sites de comércio eletrônico não são startups, por exemplo, embora essa seja uma discussão cheia de controvérsias. Outra discussão controversa é se uma empresa pode ser chamada de startup se tiver capital aberto em bolsa.
O que Aileen buscava era achar uma palavra que demonstrasse como é difícil conseguir que uma empresa alcançasse esse porte. Os números da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) exemplificam bem esse espírito: hoje, no País, existem mais de 14,1 mil startups, mas apenas 20 delas alcançaram o status “raro”.
Nos EUA e na China, ecossistemas mais desenvolvidos e que recentemente tiveram diversos unicórnios, já há quem busque um animal mais raro: “o decacórnio” – apelido dado às startups que alcançam a marca de US$ 10 bilhões em valor de mercado. A rigor, a única empresa brasileira que chegou a essa cotação foi o Nubank – uma vez que Stone e PagSeguro, ambas com capital aberto na bolsa de valores americana, só alcançaram esse patamar quando já eram listadas.
Há ainda uma série de empresas brasileiras que podem virar unicórnios em breve. Confira-as aqui.
Quais são os unicórnios brasileiros?
Para Veras, venda da 99 foi como ver um filho crescido partindo
99
O que faz: App de transporte
Quando virou unicórnio: janeiro de 2018
Criada em São Paulo em 2012 pelo trio Paulo Veras, Ariel Lambrecht e Renato Freitas, a 99 se tornou um unicórnio em janeiro de 2018, ao ser adquirida pelo equivalente a US$ 1 bilhão pelo grupo chinês Didi Chuxing. Na época, o pagamento total foi de US$ 600 milhões – a empresa asiática já tinha participações na 99 antes de efetuar a compra. Atualmente, depois da saída da espanhola Cabify do mercado brasileiro, é a maior concorrente do Uber.
PagSeguro se tornou popular no mercado com a maquininha Moderninha
PagSeguro
O que faz: Meios de pagamento
Quando virou unicórnio: janeiro de 2018
Pertencente ao UOL, a empresa de meios de pagamento PagSeguro se tornou um unicórnio brasileiro ao abrir seu capital na bolsa de valores de Nova York. Foi uma das aberturas de capital mais bem sucedidas das companhias brasileiras no exterior: ao final do primeiro dia no mercado, a companhia estava avaliada em US$ 9,2 bilhões.
O Nubank está no mercado brasileiro há seis anos
Nubank
O que faz: Cartão de crédito e serviços financeiros
Quando virou unicórnio: março de 2018
Ao levantar uma rodada de investimentos de US$ 150 milhões do fundo DST Global, o Nubank revelou ao Estadão que virou um unicórnio – a empresa, alega, no entanto, que já havia chegado a essa avaliação de mercado antes da rodada. Poucos meses depois, subiu a avaliação para US$ 4 bilhões após receber um cheque da chinesa Tencent.
Após ter o crescimento acelerado durante a pandemia de covid-19, a fintech quebrou recordes em 2021: recebeu em junho um aporte de US$ 1,15 bilhão, a maior rodada da América Latina (colocando o “roxinho” como uma das startups mais valiosas do mundo, superior a US$ 40 bilhões); e, em dezembro, abriu capital na Bolsa de Nova York, onde foi avaliada em mais de US$ 50 bilhões, tornando-se o maior banco da América Latina.
A máquina da Stone: parcerias com Visa e Mastercard
Stone
O que faz: meios de pagamento
Quando virou unicórnio: outubro de 2018
Fundada pelo carioca André Street em 2012, a Stone se beneficiou de uma mudança regulatória para crescer no mercado brasileiro de maquininhas de cartão de crédito. Foi crescendo pelas beiradas e buscando espaço em um setor controlado pela dupla Rede e Cielo. Ao abrir capital na bolsa de valores de Nova York em 2018, chegou à avaliação de unicórnio.
iFood, comprado em 2013 pela Movile de Fabrício Bliosi, vale mais de US$ 1 bilhão
iFood/Movile
O que faz: delivery de comida e mercado
Quando virou unicórnio: novembro de 2018
Aqui há um caso de 2 em 1: o iFood, que pertence à holding Movile, recebeu em novembro de 2018 um aporte de US$ 500 milhões dos fundos Naspers e Innova Capital, ligado ao bilionário Jorge Paulo Lemann. Com isso, a startup de entregas tornou-se um unicórnio e, de quebra, levou junto a sua dona, a Movile, a se tornar outro. Vale dizer que a Movile, além do iFood, também tem investimentos em startups como Sympla e é dona do Playkids.
Após nova rodada de investimentos, Loggi, do fundador Fabien Mendez, atingiu valor de mercado superior a US$ 1 bilhão
Loggi
O que faz: entregas
Quando virou unicórnio: junho de 2019
Há algo em comum entre as três startups brasileiras que se transformaram em unicórnios em 2019: todas elas alcançaram tal marca graças a investimentos do grupo japonês SoftBank, que abriu um fundo avaliado em US$ 5 bi para o mercado latinoamericano. A primeira delas é a Loggi, fundada pelo francês Fabien Mendez em São Paulo – ele se mudou para o Brasil inspirado pela icônica capa da revista britânica Economist, que mostrou a estátua de Cristo Redentor decolando, em 2009. A startup de entregas levantou US$ 150 milhões em uma rodada liderada pelos japoneses.
Priscila Siqueira, CEO da Gympass no Brasil
Gympass
O que faz: plataforma de benefício corporativo de bem-estar
Quando virou unicórnio: junho de 2019
Uma semana depois da Loggi, foi a vez de a Gympass ganhar o status “mítico”: a empresa recebeu um aporte de US$ 300 milhões liderado pelo SoftBank e pelo General Atlantic, fundo americano com experiência em startups. A startup tem um modelo de negócios ousado: oferece um plano de “assinatura de academias, atividade físicas e serviços de bem-estar” a empresas, que, por sua vez, repassam esse sistema como benefício aos funcionários. Disseminada na América Latina, Estados Unidos e Europa, a startup sofreu com o fechamento de academias durante a pandemia de covid-19, quando começou a apostar em conteúdos exclusivamente digitais, como meditação e personal trainer.
Gabriel Braga, cofundador do QuintoAndar, em um dos imóveis reformados: ‘Vamos sujar a mão pelos clientes’
QuintoAndar
O que faz: aluguel de residências
Quando virou unicórnio: setembro de 2019
Fundado em 2013 pela dupla de empreendedores Gabriel Braga e André Penha, o QuintoAndar faz a intermediação entre proprietários de imóveis e inquilinos, dispensando a necessidade de seguro-fiança, fiador ou caução. A startup do ramo imobiliário irou unicórnio ao receber US$ 250 milhões em uma rodada liderada pelo SoftBank e pelo fundo americano Dragoneer. Nesse mesmo ano, o QuintoAndar entrou no segmento de compra e venda de imóveis.
Voigt, Ruiz e del Valle: trio de formações diferentes fundou a Ebanx em 2012, em Curitiba
Ebanx
O que faz: processadora de pagamentos internacionais
Quando virou unicórnio: outubro de 2019
Primeiro unicórnio da região Sul, o Ebanx permite que empresas estrangeiras (como Spotify, Airbnb e AliExpress) vendam produtos e serviços a brasileiros, cobrando em moeda local. Fundada em 2012, em Curitiba, pelo trio Alphonse Voigt, João del Valle e Wagner Ruiz, a empresa já tem mais de 600 funcionários e atua em vários países da América Latina, como México, Chile, Colômbia, Argentina e Uruguai. Virou unicórnio ao receber um novo aporte do fundo de private equity FTV, do Vale do Silício.
Arthur Lazarte, de 35 anos: engenheiro aeroespacial deixou BCG para criar estúdio de games na casa dos pais, em 2011
Wildlife
O que faz: games para dispositivos móveis
Quando virou unicórnio: dezembro de 2019
Fundada em 2011, em São Paulo, ainda como Top Free Games (TFG), o estúdio Wildlife é um dos unicórnios brasileiros de trajetória mais discreta: alcançou a avaliação de mercado de US$ 1,3 bilhão após receber um aporte do Benchmark Capital (conhecido por investir em Uber, Twitter e Snapchat), em sua segunda rodada na história. Criada pelos irmãos Victor e Arthur Lazartena casa dos pais, com investimento inicial de US$ 100, a empresa faz jogos gratuitos para celular, mas fatura com microtransações – venda de itens cosméticos ou que melhoram o desempenho do jogador nas partidas. Com games populares como Sniper 3D, Colorfy e Tennis Clash, os produtos frequentam o ranking dos mais baixados, no iOS e no Android, em mais de 100 territórios diferentes.
Florian Hagenbuch e Mate Pencz, fundadores da Loft; startup se tornou o novo unicórnio brasileiro
Loft
O que faz: compra, reforma e venda de imóveis residenciais
Quando virou unicórnio: janeiro de 2020
Fundada em agosto de 2018 por Mate Pencz e Florian Hagenbuch, criadores também da gráfica digital Printi, a Loft usa tecnologia para dar novo gás a um negócio antigo: comprar, reformar e vender apartamentos. A proptech (como são chamadas as startups do mercado imobiliário) começou em três bairros de São Paulo e, hoje, mira a expansão pelo Brasil e pela América Latina, onde começa a embarcar no México depois da aquisição da mexicana TrueHome.
Mariano Gomide de Faria, cofundador e copresidente executivo da Vtex: clientes em mais de 40 países
Vtex
O que faz: serviços para e-commerce
Quando virou unicórnio: setembro de 2020
Fundada em 2000, no Rio de Janeiro, a empresa de Mariano Gomes de Faria é dona de um sistema que permite às marcas criarem suas lojas online. Hoje, a empresa tem 3 mil clientes em mais de 40 países diferentes, cuidando das operações de e-commerce de marcas como Samsung, Whirlpool, C&A, Saraiva e O Boticário. Virou unicórnio ao receber uma rodada de aportes de R$ 1,25 bilhão, liderada pelos fundos Tiger Global, Constellation e Lone Pine Capital.
Sergio Furio, fundador e presidente executivo da Creditas
Creditas
O que faz: crédito com base em garantias
Quando virou unicórnio: dezembro de 2020
Em 2012, o espanhol Sergio Furio trabalhava em Nova York em uma grande consultoria. Decidiu largar tudo e vir para o Brasil sem falar uma palavra de português para tentar mudar o mercado de crédito local. Meses depois, nascia a BankFácil, que apostou no empréstimo com garantias (como uma casa, um automóvel) para deslanchar. Em 2017, a empresa mudou de nome: virou a Creditas. De lá para cá, a startup cresceu sua proposta de serviços – hoje, oferece também crédito consignado privado e benefícios corporativos, além de serviços para consumidores, como reformas atreladas ao crédito. Em 2019, chegou perto de virar unicórnio com rodada liderada pelo pelo SoftBank, elevando o valuation para US$ 750 milhões. No apagar das luzes de 2020, um novo aporte (de US$ 255 milhões, liderado por fundos de private equity) fez a empresa ser avaliada em US$ 1,75 bilhão, entrando no seleto clube das criaturas mágicas.
Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, fundadores da MadeiraMadeira
MadeiraMadeira
O que faz: e-commerce de produtos para o lar
Quando virou unicórnio: janeiro de 2021
A quarentena forçou muita gente a ficar em casa, o que acabou impulsionando alguns novos hábitos. Reformas e investimentos no lar ganharam força – afinal, a casa virou também escritório e escola. Ao mesmo tempo, o comércio online foi impulsionado. Não é coincidência, portanto, que o primeiro ‘unicórnio’ brasileiro de 2021 esteja ligado a essas duas novas tendências. Especializada em venda online de material de construção e móveis, a startup curitibana MadeiraMadeira anunciou em janeiro de 2021 que o seu valor de mercado superou a marca de US$ 1 bilhão, após receber um aporte de US$ 190 milhões liderado pelo Softbank e pela gestora de fundos de ações Dynamo.
João Pedro Resende é o CEO e cofundador da startup mineira Hotmart, avaliada em mais de US$ 1 bilhão
Hotmart
O que faz: plataforma de criação e venda de cursos online
Quando virou unicórnio: fevereiro de 2020 (divulgação em março de 2021)
Um unicórnio misterioso veio à tona em março de 2021. A startup mineira Hotmart, depois de mais de um ano escondendo o título, confirmou pela primeira vez que já havia atingido em 2020 a avaliação superior a US$ 1 bilhão. Fundada por João Pedro Resende e Mateus Bicalho em 2011, a Hotmart ajuda criadores de conteúdo a monetizarem produtos na internet, criando e vendendo conteúdos digitais como cursos online, e-book e clube de assinaturas. Segundo Resende, a empresa optou mesmo por ser discreta em relação ao posto de unicórnio. “É o jeito mineiro de fazer negócios, não gostamos de fazer muito alarde desnecessário”, disse ele ao Estadão.
Mercado Bitcoin
O que faz: plataforma de comercialização de criptomoedas
Quando virou unicórnio: julho de 2021
O Mercado Bitcoin, do grupo 2TM, virou unicórnio em julho de 2021, ano em que critpmoedas começam a ganhar espaço nas transações de grandes empresas, mais interessadas em novas formas de ativos descentralizados e totalmente digitais. À época, após aporte de US$ 200 milhões liderado pelo fundo japonês Softbank, a startup estava avaliada em US$ 2,2 bilhões. Fundada em 2011, a plataforma funciona como uma casa de câmbio, mas de moedas digitais, como bitcoin, doge, ethereum e pax, pelas quais podem ser trocadas por reais.
Diego Martins, presidente da startup Unico
Unico
O que faz: autenticação digital de identidade
Quando virou unicórnio: agosto de 2021
Criada em 2007 em São Paulo, a Unico, antes conhecida como Acesso Digital, tem cerca de 800 negócios como clientes no Brasil, entre eles Magazine Luiza e Banco Original. A startup tem apostado no desenvolvimento de tecnologias próprias para acelerar o crescimento. Além de aprimorar as soluções de biometria facial e assinatura eletrônica, a Unico desenvolve uma tecnologia que reconhece se, no momento da autenticação de um documento em uma abertura de conta digital, por exemplo, a foto foi tirada naquele momento ou se era uma imagem antiga em mãos de um fraudador. Tornou-se unicórnio em agosto de 2021, após aporte de R$ 625 milhões, liderado pelos fundos General Atlantic e Softbank.
Federico Vega, fundador e presidente da Frete.com, antiga CargoX
Frete.com (antiga Cargo-X)
O que faz: plataforma para transportadoras e caminhoneiros
Quando virou unicórnio: novembro de 2021
Conhecida como o “Uber dos caminhões”, a CargoX conecta transportadoras a caminhoneiros para o transporte de carga em todo o País, além de monitorar o trajeto com geolocalização. O segmento em que atua foi fortemente impactado pela pandemia de covid, que agravou o cenário de baixa atividade econômica no Brasil — motivo pelo qual a startup decidiu colocar o pé no acelerador, tendo recebido US$ 445 milhões em dois diferentes aportes em 2020. Em novembro do ano seguinte, tornou-se unicórnio ao receber cheque de outros US$ 200 milhões da chinesa Tencent e do japonês Softbank. A partir de então, a companhia passou a se chamar Frete.com.
Luis Silva é o fundador e presidente executivo da CloudWalk, startup de maquininhas de pagamentos
CloudWalk
O que faz: startup de meios de pagamento
Quando virou unicórnio: novembro de 2021
A CloudWalk é concorrente direta de outros dois unicórnios brasileiros mais antigos, o PagSeguro e a Stone, do ramo de maquininhas de pagamento, por onde consumidores podem passar cartões para efetuar transações em estabelecimentos comerciais. O diferencial da startup, no entanto, está no uso da tecnologia blockchain (principal aposta do mercado financeiro para os próximos anos), por onde a companhia consegue reduzir custos e tempo de operação, principal atrativo para fisgar novos lojistas. A CloudWalk tornou-se unicórnio após receber o segundo aporte em 2021, de US$ 150 milhões, elevando a avaliação de mercado para US$ 2,15 bilhões.
Fundadores da Daki: Rafael Vasto, Rodrigo Maroja e Alex Bretzner
Daki
O que faz: startup de entrega ultrarrápida de mercado
Quando virou unicórnio: dezembro de 2021
A Daki, especializada em delivery de itens de mercado em até 15 minutos, tornou-se unicórnio com 10 meses de vida ao receber aporte de US$ 260 milhões. O cheque impulsiona a startup em um setor com diversos gigantes, como iFood, Rappi e Uber Eats — o diferencial da Daki, no entanto, é o uso de dark stores (lojas ocultas de clientes com estoque) estrategicamente posicionados pela cidade para acelerar as entregas. Ao contrário dos rivais, a startup aposta em um modelo mais “verde”, com pegada de carbono reduzida, diminuição do uso de plástico em sacolas e tentando valorizar os entregadores por meio de áreas de descanso e remuneração por tempo à disposição.
Olist, de Tiago Dalvi, ultrapassa avaliação de US$ 1 bilhão
Olist
O que faz: startup de comércio eletrônico
Quando virou unicórnio: dezembro de 2021
Uma das favoritas para se tornar unicórnio em 2021, a Olist conquistou o título nos 45 minutos do segundo tempo, em dezembro, quando levantou cerca de US$ 186 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), oito meses após fechar outra rodada de R$ 454 milhões. Fundada em Curitiba em 2015, a companhia nasceu como uma “digitalizadora” de lojas físicas em marketplaces conhecidos, como Amazon e Mercado Livre. Em 2021, porém, ganhou musculatura para atender lojistas nas mais diversas etapas: logística, serviços financeiros e gestão corporativa. Para os anos seguintes, pretende fazer expansão internacional, começando pelo México.
Diego Dzodan é cofundador da Facily, startup de hipermercado digital com compras coletivas
Facily
O que faz: hipermercado digital de compras coletivas
Quando virou unicórnio: dezembro de 2021
Diego Dzodan largou o cargo de vice-presidente do Facebook na América Latina (pelo qual chegou a ser preso preventivamente por se negar a compartilhar dados de usuários com a Justiça brasileira) para fundar em 2018 a Facily, startup que atua como um hipermercado digital de compras coletivas para baixar preços a consumidores das classes C, D e E. Por somar mais de 151 mil queixas de clientes, a plataforma quase chegou a ser suspensa pelo Procon-SP, com quem a companhia firmou um acordo no qual concorda em baixar as reclamações em 80%, investir no próprio Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e ser multada em R$ 1 mil para cada objeção sem resolução. Pouco depois, em dezembro, ao levantar mais US$ 135 milhões, tornou-se unicórnio, com planos de expansão para mais cidades do Brasil e teste de operação no México e Colômbia.
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