DEMI GETSCHKO – Por dentro da rede
Entre todas as nossas questões e buscas por algo melhor, dentro de nossos caminhos e desejos por seguir na direção certa, temos que nos permitir acreditar que a internet nos ajuda na jornada
Por Demi Getschko – O Estado de São Paulo

A internet pode nos guiar em caminhos mais otimistas e corretor O começo de ano com suas tradições é um convite e um pretexto para que se instile o otimismo. A despeito do que podem apontar os indícios que se acumulam há tempos, sempre recebemos e enviamos votos de “um ano excelente”. Um salutar otimismo pode ser importante. E temos, afinal, a internet, que pode ser uma alavanca para mover o mundo em alguma direção melhor. A dificuldade é nos convencermos de que o rumo tomado é aquele pela qual ansiávamos, um mundo com mais informação, colaboração e entendimento.
É difícil não lembrar do Dr. Pangloss, filósofo que aparece na obra de Voltaire. Afinal, se o próprio Leibniz já defendera que “vivemos no melhor dos mundos possíveis”, Pangloss explora e extrapola essa linha, a de que todos os efeitos pressupõem necessariamente uma causa, e que “tudo está necessariamente destinado ao melhor fim”. Num arroubo panglossiano poderíamos estender a ideia à internet, e dizer que ela existe para que possamos nos provocar mutuamente à exaustão, e esperar que disso brote um bem maior.
Se o fácil e ácido sarcasmo acima é atrativo, ele não deve, entretanto, ignorar o indiscutível valor que a internet trouxe. Como defensores intransigentes dos conceitos da rede, e mesmo sabendo dos seus mau usos, devemos sopesar o espírito de distribuição de conhecimentos, a colaboração desprendida dos que adicionam valor à rede e, é claro, a abertura de voz a todos.
Para buscar um contraponto ainda ficando em Voltaire, há um opúsculo chamado “O Mundo como Está”, em que Babuc, o narrador, conta como se desincumbiu de uma missão que lhe foi passada por uma potestade celestial. Ituriel incumbiu Babuc de examinar a cidade de Persépolis, e elaborar um relatório recomendando ou não sua destruição. Em sua visita, ele fica alternadamente horrorizado e emocionado com o que vê: atos de violência e de caridade, injustiças flagrantes e decisões sábias. Para gerar um relatório equilibrado, Babuc tem uma saída esperta: manda fazer uma estatueta composta de todos os materiais, terras, metais, pedras, desde os mais preciosos aos mais vis. Entrega-a a Ituriel e pergunta: “destruirias essa linda estátua porque ela não é toda de ouro e diamantes?”. Na internet há ainda mais variedade do que em Persépolis.
Entre otimismo e pessimismo, talvez o conselho mais sensato seja o do próprio Cândido, que termina valorizando a ação individual simples, onde cada um pode somar algo ao todo. Voltaire faz Cândido sentenciar: “Tudo o que foi dito é correto, mas precisamos cuidar do nosso próprio jardim”.
Tesla, de Elon Musk, vê alta de 87% em entregas de carros em 2021
No ano passado, a empresa de veículos elétricos vendeu um total de 936 mil unidades
A Tesla registrou crescimento de 87% nas entregas anuais de veículos em 2021. A fabricante de veículos elétricos do bilionário Elon Musk anunciou neste domingo, 2, que entregou mais de 936 mil veículos em todo o mundo, ante quase meio milhão no ano anterior. A empresa tem como objetivo aumentar em média 50% as entregas anuais.
A companhia também disse que produziu cerca de 930 mil veículos em 2021. A Tesla informou que entregou 911.208 modelos 3s e Ys combinados no ano passado. As entregas dos modelos mais sofisticados da empresa, o sedan de luxo Modelo S e o veículo utilitário esportivo Modelo X, totalizaram cerca de 25 mil, ante cerca de 57 mil em 2020.
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Elon Musk, fundador da TeslaA Tesla entregou cerca de 308,6 mil veículos nos últimos três meses de 2021, ante 180,6 mil no ano anterior e 241,3 mil no terceiro trimestre de 2021.