Eleições
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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Lula e Alckmin em encontro público, em dezembro: aliança eleitoral com o ex-tucano como vice está bem encaminhada.| Foto: Ricardo Stuckert/PT
Como é que dois políticos experientes como Lula e Geraldo Alckmin, que já foram adversários em eleição presidencial e representam partidos rivais em todas as eleições de 1994 até 2014, decidiram se juntar agora com tanta possibilidade de desgaste?
O ex-presidente do PT e que foi o coordenador da campanha de Dilma, deputado federal Rui Falcão, deu uma entrevista à Folha de S. Paulo em que diz que Lula não precisa de uma muleta eleitoral se referindo a Alckmin e que o ex-tucano representa exatamente o contrário do que o PT fez e pretende fazer se vender as eleições. Disse ainda que Alckmin na campanha de Lula seria a negação da campanha.
Já ex-presidente Dilma Rousseff teria dito a Lula que “Alckmin será o Temer dele”. Ainda assim, muita gente no PT continua firme com a ideia de que Geraldo Alckmin será o vice de Lula na eleição de outubro próximo.
Aí eu pergunto: isso não vai promover um grande desgaste entre os eleitores que são “PT raiz” e entre os partidários de Alckmin? Vejam bem, Alckmin está deixando de ser um candidato com grandes probabilidades de vitória ao governo de São Paulo para ser vice de Lula.
E Lula está entrando neste desgaste por quê? Será que Alckmin seria um cavalo de troia para enfraquecer a candidatura dele? Seria um kamikaze por conta própria para enfraquecer Lula e enfim se vingar da derrota que teve na eleição presidencial de 2006? A gente não sabe. Porque é tão fora de propósito essa união que a gente fica sem entender.
Falta de empatia
Tem dois candidatos que todo mundo vê que não têm muito futuro, porque não tem fala para o povo, não tem empatia popular. O ex-juiz Sergio Moro disse numa entrevista em rádio que é mentira que vá ser candidato ao Senado pelo Paraná. Ou seja, ele está acreditando na sua candidatura presidencial. Mas o fato de fazer esse desmentido, de certa forma, é uma confissão lá do inconsciente dele que, no fundo, as pessoas não estão botando muita fé.
A mesma coisa acontece com a candidatura de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Em entrevista ao Correio Braziliense, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse que a candidatura de Pacheco, que foi lançada com pompa no memorial JK, como se ele fosse um novo Juscelino Kubitschek, vai até o fim. Equivale quase a uma confissão de que a candidatura já acabou, mas que “a gente vai continuar nadando”.
As pessoas querem se enganar mesmo sem ter apelo popular. É um pouco dessa história de terceira via, quando todo mundo sabe que essa eleição está simplesmente polarizada e não tem jeito.
Vacina para adultos em crianças
É inacreditável isso que ocorreu em um assentamento da reforma agrária no município de Lucena, região metropolitana de João Pessoa (Paraíba). Uma agente comunitária de saúde e uma auxiliar técnica de enfermagem da prefeitura simplesmente foram ministrando vacinas contra Covid-19 para quem estava na fila, inclusive crianças trazidas pelas mães, no dia 29 de dezembro, quando nem estava autorizada a vacinação infantil. Depois repetiram a dose nos dias 7 e 11 de janeiro.
Segundo depoimento ao Ministério Público Federal, a técnica de enfermagem disse que recebeu orientação para aplicar vacinas Pfizer para adultos que estavam vencendo. Estas doses parece que foram ministradas para mais de 40 crianças. Isso está sendo investigado.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que é de João Pessoa, ficou preocupado e fez recomendação aos pais, a mesma que a Anvisa faz, para que fiquem atentos a possíveis reações adversas. E, nesse caso, que procurem imediatamente atenção médica.
Eu acho que os pais deveriam pesquisar nas redes sociais o nome do próprio laboratório para ver o que eles próprios dizem sobre a vacina que produzem e os riscos envolvidos. Na internet, eles não escondem nada, principalmente sobre as doses para crianças.
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