Aponta estudo
Pesquisa do LinkedIn mapeou as oportunidades que mais cresceram no Brasil nos últimos quatro anos e vão movimentar o mercado de vagas este ano
Redação, O Estado de S.Paulo
A adaptação para o modelo híbrido de trabalho e a digitalização das atividades têm feito as empresas buscarem profissionais capazes de melhorar a experiência do usuário, gerenciar grande quantidade de dados e zelar pela cibersegurança. Por isso, engenheiro e cientista de dados, bem como especialista em segurança cibernética, estão entre os 25 empregos em alta para 2022, de acordo com levantamento do LinkedIn. No geral, a área de tecnologia se destaca entre as oportunidades que vão movimentar o mercado de vagas este ano.
A rede profissional analisou os empregos que mais cresceram nos últimos quatro anos e meio no Brasil e levou em consideração dados próprios para identificar os cargos que tiveram maior demanda entre janeiro de 2017 e julho de 2021. Foram excluídos os estágios, cargos voluntários, cargos interinos e cargos dos estudantes, além daquelas vagas em que a contratação era dominada por um pequeno grupo de empresas no País.
Uma vez que TI e análise de dados serão as competências mais requisitadas, há necessidade também de recrutadores especializados em tecnologia, a fim de ter um processo seletivo adequado. A importância desse profissional explica o motivo deste cargo aparecer na primeira posição da lista. Antes de serem contratados nesta posição, os profissionais ocupavam cargos analista de recursos humanos, recrutador e assistente administrativo.
Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para América Latina, comenta que esse cenário se repete em diversos países e a necessidade das empresas por cargos de tecnologia aumenta ano após ano. Além do Brasil, ele diz que México e Espanha são um mercado promissor para os profissionais da área. No País, as cidades que mais apareceram no ranking de oportunidades são São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
O especialista acrescenta que essas profissões em destaque estão mudando a demanda por competências e direcionando o mercado de trabalho do futuro. “As habilidades comportamentais continuam sendo essenciais, mas estamos vendo uma procura maior por especialização nestas áreas. Em outros países, como os Estados Unidos, também vemos essas profissões, mas por já estarem mais consolidadas, observamos ainda outras ligadas à diversidade, sustentabilidade, biologia molecular e especializações em vacina, por exemplo”, afirma.
Confira os 25 empregos em alta para 2022:
- Recrutador(a) especializado(a) em tecnologia
- Engenheiro(a) de confiabilidade de sites (Site Reliability Engineer – SRE)
- Engenheiro(a) de dados
- Especialista em cibersegurança
- Representante de desenvolvimento de negócios
- Gestor(a) de tráfego
- Engenheiro(a) de machine learning
- Pesquisador(a) em experiência do usuário
- Cientista de dados
- Analista de desenvolvimento de sistemas
- Engenheiro(a) de robótica
- Desenvolvedor(a) Back-end
- Gerente de engajamento
- Gerente de equipe de produto
- Engenheiro de QA (Quality Assurance)
- Consultor(a) de gestão de dados
- Líder de experiência do cliente
- Analista de design
- Analista de soluções
- Analista de gestão de riscos
- Consultor(a) de design de produto
- Coordenador(a) de vendas internas
- Enfermeiro(a) intensivista
- Designer de conteúdo
- Instrutor(a) de Agile
O levantamento do LinkedIn também traz, para cada cargo, as competências e os setores mais comuns, as cidades que mais contratam, as principais posições ocupadas pelo profissional antes de ser contratado, divisão por gênero e as vagas disponíveis atualmente. Veja aqui.
Mas o desafio do mercado de tecnologia segue sendo suprir a alta procura. Relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) publicado em dezembro aponta que 53 mil pessoas se formam por ano em cursos de perfil tecnológico no Brasil, enquanto a demanda média anual é de 159 mil profissionais. Ou seja, um déficit de 106 mil talentos.
Planejamento de carreira em 2022
Outra pesquisa feita pelo LinkedIn, entre 10 e 15 de dezembro do ano passado, mostra que 49% dos 1.118 profissionais brasileiros entrevistados consideram mudar de emprego este ano. Essa porcentagem é mais alta para aqueles entre 16 e 24 anos (61%). Os dois principais motivos para essa mudança são: busca por melhores salários e desejo por maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Esse resultado corrobora um levantamento da empresa de recrutamento Robert Half, que entrevistou empregados com mais de 25 anos de idade. Remuneração maior também é uma razão latente para trocar de emprego em 2022, além do desejo de inovar ou aprender algo novo (19%), da busca por realização pessoal (17%) e a expectativa de uma melhor qualidade de vida (12%).
Ainda segundo o LinkedIn, quase metade dos profissionais (49%) afirmam que a pandemia afetou negativamente a confiança no trabalho e uma das explicações é a síndrome do impostor. No Brasil, 43% dos respondentes dizem que não sentem que são bons o bastante em suas funções, número superior do que encontrado em países como Itália (34%), França (36%), México (38%), Alemanha (39%) e Espanha (41%).
“Vemos que há uma diferença cultural muito forte neste quesito, que tem afetado a confiança dos trabalhadores na hora da busca por um novo emprego ou planejamento de carreira. Vale dizer, no entanto que, apesar disso, vemos uma tendência de movimentação grande em um futuro próximo. Mais do que as vagas abertas, esperamos que esta lista ajude os brasileiros a entenderem os rumos do mundo do trabalho e as oportunidades no longo prazo”, diz Milton Beck.
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