Guerra

Por
Alexandre Garcia

“A China ganhará um papel ainda maior na economia do mundo por causa das sanções ocidentais”| Foto: EFE/EPA/ALEXEI DRUZHININ/KREMLIN/SPUTNIK

A oposição quer que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometa um erro no ano eleitoral tomando partido nessa guerra no Leste europeu. É claro que ele não vai fazer isso, exatamente porque é a oposição que quer. Bolsonaro passou por São José dos Campos neste fim de semana e afirmou que o Brasil não vai mergulhar em uma aventura e que o Brasil quer a paz. A aventura, neste caso, seria tomar partido na guerra.

Além de fazer o necessário, que é evacuar os brasileiros, inclusive seus animais de estimação, prestar ajuda e entrar num mutirão pela paz, o Brasil está tomando algumas medidas que são decorrência econômica das sanções contra a Rússia. Essas medidas não são apenas contra a Rússia, mas contra todos os que com ela cooperam.

Investimento estrangeiro

O ministro Paulo Guedes, que já vinha gestando essa ideia há algum tempo, vai desencadear, essa semana, a isenção do Imposto de Renda para investimentos estrangeiros em papéis nacionais da empresa privada nacional. O investimento estrangeiro cresceu muito nesse ano, provavelmente por causa do conflito entre os dois países no Leste europeu. E, agora, o Brasil toma atitudes tributárias para estimular isso.

Sanções à Rússia
As sanções pegam os dois lados: os cartões de crédito que deixam de operar em um mercado imenso como a Rússia, os compradores de produtos russos, os vendedores de produtos para a Rússia, os bancos que operam na Rússia. Todos serão prejudicados. Na economia é assim. De um lado, oferta, do outro, procura. De um lado, o comprador, de outro, o vendedor.

A sanção carrega uma hipocrisia também: não vale para o gás russo, que aquece a Europa. Os bancos que operam com gás russo não tem problema de pagar, receber e mandar o gás. Os outros meios de pagamento – como o Swift, por exemplo – bloqueia a Rússia.

O que fará a Rússia? Vai usar os meios de pagamento chineses. E isso será um “empurrão” na economia chinesa. A China ganhará um papel ainda maior na economia do mundo por causa das sanções ocidentais. O Brasileiro que for comprar na Rússia, por exemplo, terá de fazê-lo via China, usando meios de pagamento chineses. Isso não é uma boa.

Arthur do Val
Foi um fiasco o que fez esse deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val (Podemos), que teve 478 mil votos e foi o segundo em votação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Como é que pode um bobo desses, imaturo? Não há adjetivo para esse tipo de mentalidade de gente, de homem, que nunca ouviu falar em cavalheirismo ou boa educação. Nunca, ele é de outro nível.

Bolsonaro chamou-o de “asqueroso”. A ministra Damares Alves, por sua vez, chamou-o de “moleque”, e afirmou que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) mobilizará todos os meios jurídicos para ele tenha seu mandato cassado. Arthur, que queria ser governador apoiado pelo Sergio Moro (Podemos), já desistiu da candidatura ao governo do Estado de São Paulo. Moro, no dia 18, estava furioso com as pesquisas eleitorais porque não tinha o nome do seu “mamãe, falei”.

MDB
Por falar em eleição, o MDB, que é um partido grande e o mais tradicional dos partidos, anunciou que não entra em federação. O presidente do partido, Baleia Rossi, disse que vai insistir com a candidatura da senadora Simone Tebet e que conversará com o União Brasil – ex-DEM e ex-PSL – e com PSDB, que está perdido depois do estrago que o Doria fez no partido. No troca troca deste mês de março, o PSB vai ficar reduzido à metade.


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