Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.
10 exercícios para fazer hoje
Você já percebeu que o órgão mais importante do nosso corpo é também o que damos menos importância ao longo da vida? Na Semana Mundial do Cérebro – de 14 a 19 de março, o Método Supera – Ginástica para o cérebro preparou um guia para você entender e extrair o melhor do seu cérebro em qualquer faixa etária, confira:
Entendendo o cérebro
Para começar, vamos trazer alguns números para que você tenha a dimensão do quão complexo é o funcionamento deste importante órgão: nosso cérebro tem cerca de 86 bilhões de neurônios. Cada neurônio tem cerca de 10 mil conexões, que são as sinapses, as conexões entre outras células. São 1 quatrilhão de sinapses e há cerca de 1 quintilhão de transações por segundo entre neurônios.
O cérebro saudável é assim, um sistema muito dinâmico. “Imagine um cérebro como uma floresta bem densa. Com muitos, muitos caminhos. Essa rede, de incontáveis caminhos, é como a sua circuitaria cerebral, quanto mais forte, mais robusta essa circuitaria cerebral, mais protegido e resistente é o nosso cérebro. Fortalecer essa rede é possível graças à neuroplasticidade”, explicou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o Cérebro.
O que é neuroplasticidade?
Outro conceito que ajuda a entender a capacidade do nosso cérebro de mudar é o conceito de neuroplasticidade. Este conceito, já comprovado pela neurociência, defende que todo mundo pode se modificar ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas, e cada vez mais desafiadoras.
Isso ajuda o cérebro a se reorganizar, conforme vivenciamos essas atividades e as atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos.
“Por meio da prática de ginástica para o cérebro, é possível criar conexões, restabelecer conexões neurais e melhorar o desempenho do cérebro. Isso quer dizer que a natureza usa desta plasticidade e capacidade do cérebro de ser modificado para lidar com as mudanças do mundo. O que temos percebido é que um cérebro saudável é um cérebro que tem a quantidade certa de plasticidade. Nem muito, nem pouco, mas a plasticidade ideal, porque a plasticidade muda a natureza das sinapses e o número de sinapses no cérebro”, explicou.
A diferença de atividade cerebral e exercício cerebral.
Mas se o nosso cérebro está sempre funcionando, mesmo quando estamos dormindo, por que precisamos dar estímulos específicos ao cérebro para que ele se desenvolva?
Segundo a especialista, apenas a atividade mental (que é o nosso cérebro funcionando normalmente), não é suficiente para gerar mudanças de neuroplasticidade, da mesma forma que o esforço mental faz. É o mesmo equívoco que se faz entre atividade física e o exercício físico.
“A atividade física ocorre sempre que você executa qualquer ação que envolva o movimento do seu corpo: escovar os dentes, escrever… Já o exercício físico refere-se a um esforço pontual como jogar futebol, fazer aula de balé, ou zumba. A atividade física e o exercício físico, podem trazer benefícios, mas é o exercício físico que ajuda a capacidade de construção e força muscular”, pontuou a especialista.
Como resultado, quanto menos se usa uma função cerebral, pior ela fica. Ao mesmo tempo, quanto mais se usa o cérebro em um tipo de atividade, melhor ele é capaz de realizar. Por isso, a atividade mental rica e variada, com a prática das mais variadas funções cognitivas, é importante para todos os circuitos ativos e saudáveis, pronto para o uso.
Como estimular o cérebro para desenvolvê-lo
Para que o cérebro consiga se exercitar corretamente, é preciso dar a ele estímulos que envolvam novidade, variedade e grau de desafio crescente
“Precisamos ter em mente que quando falamos de exercício ao cérebro precisamos sair da zona de conforto. Qual é o nível certo do desafio? Uma atividade desafiadora para uma pessoa pode ser uma tarefa impossível para outra e um pouco mais para uma terceira pessoa. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre a habilidade e o desafio. Seja qual for a atividade, o objetivo é o de ser exposto a novidade e a níveis de desafios cada vez maiores, de modo que a tarefa, não seja nem muito fácil e nem se torne rotina”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.
A prática de ginástica cerebral é uma atividade que estimula neurônios e ativa áreas distintas do cérebro, potencializando as habilidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio entre outras. Quanto mais estímulos corretos o cérebro recebe, mais ágil e apto para respostas ele se torna.
Faça um caminho diferente para ir para o trabalho/escola;
Vista-se de olhos fechados;
Tente reconhecer os alimentos por meio dos sabores;
Ao fim do dia, recapitule mentalmente tudo o que você fez/onde esteve.