Por
Alexandre Garcia


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Infelizmente o assunto hoje é ódio. É radicalismo ideológico, político.

Na sexta-feira, mataram o ex-primeiro-ministro do Japão, um homem muito querido lá. Aliás, no domingo o partido dele ganhou a eleição. Ele foi morto por um sujeito que construiu a arma em casa, porque lá é proibido vender armas.

No dia seguinte, o ex-presidente Lula agradeceu a um vereador que cumpriu pena de sete meses por ter empurrado um empresário adversário contra um caminhão e ele foi ferido gravemente na cabeça.

Um dia depois, numa associação que era ser recreativa e esportiva do pessoal da segurança de Itaipu, dois policiais se confrontam por motivos políticos. Um deles fez lá na associação sua festa de 50 anos e cobriu o cenário da festa com propaganda para Lula. O outro chegou lá, um agente penal federal, viu aquilo, se irritou, bateram boca e acabaram trocando tiros. O guarda municipal, aniversariante, morreu e o outro está na UTI.

Além das cenas chocantes do tiroteio – que é uma explosão de ira, de raiva -, a cena que se seguiu é uma cena de brutalidade, de horror, mas pensada. A gente vê nas imagens. O policial penal, que agora está na UTI, estava no chão e vem um sujeito de bermuda e chuta a cabeça dele várias vezes. Aí vai até o outro, constata que ele está baleado, e volta acompanhado de dois, que ficam chutando o corpo deste homem. Ele está na UTI, talvez pelos tiros que recebeu, mas talvez também pelos chutes.

Um horror. E tudo isso é consequência desta ideologia que vende o ódio.

Na própria sexta-feira, o presidente Bolsonaro estava na formatura da Academia da Força Aérea, em Pirassununga, quando disse “corneteiro prossiga” e o corneteiro deu sentido e um toque de silêncio, que é um toque emocionante. A gente via o rosto de Bolsonaro com lágrimas saindo dos olhos, engolindo em seco, certamente ele estava lembrando da tentativa de matá-lo no 6 de setembro de 2018 pelo Adélio. Teve outro “Adélio” lá no Japão que foi bem sucedido. E esse caso do Adélio até hoje não foi ainda esclarecido. Só não matou porque estava perto da Santa Casa de Juiz de Fora – se estivesse em um local sem socorro, a história seria outra.

Fica aqui um registro das violências que a gente teme, e a gente até de certa forma até prevê pelo jeito que as coisas estão aqui no Brasil. As fontes de ódio.

Transparência
Está marcada para esta semana, para quinta-feira, uma conversa no Senado sobre transparência da apuração exigida pelo artigo 37 da Constituição. A presença do presidente do TSE, ministro Fachin, ainda não está confirmada porque ele estava em Washington. O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, já confirmou. O relator da PEC que estava aprovando o comprovante de voto e depois derrubou, o deputado Filipe Barros, e o chefe da Polícia Federal Márcio Oliveira também estão convidados.

Tomara que o ministro Fachin participe, porque eu soube que os dois ministros do STF convidados para falar na semana passada sobre ativismo judicial e independência de poderes, Barroso e Moraes, nem responderam ao convite. O senador Espiridião Amin se irritou com isso. Disse que quando precisaram dos senadores para serem aprovados como ministros eles iam lá com frequência. Mas agora dão as costas para aqueles que os conduziram ao Supremo.


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