Homicídio Qualificado
PorGazeta do Povo
A delegada Camila Cecconello disse que é “difícil afirmar que foi crime de ódio”| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Em nota divulgada neste domingo (17), a Polícia Civil do Paraná afirmou que “não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei” que pudesse se aplicar ao indiciamento, por homicídio qualificado, do agente penal Jorge Guaranho, responsável pela morte, no último domingo (10), do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).
Na sexta (15), a delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, apresentou as conclusões da investigação do caso. Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe, vil e socialmente reprovável e por causar perigo comum, uma vez que expôs terceiros a riscos.
Desde então, a delegada passou a ser criticada por não atribuir motivação política ou crime político ao agente penal, que, segundo testemunhas, teria gritado “aqui é Bolsonaro”, antes de atirar em Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário homenageando o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A qualificação por motivo torpe indica que a motivação é imoral, vergonhosa. A pena aplicável pode chegar a 30 anos. Não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei, portanto isto é inaplicável. Também não há previsão legal para o enquadramento como “crime político”, visto que a antiga Lei de Segurança Nacional foi pela revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável. Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso”, afirmou a Polícia Civil na nota.
Na sexta, Cecconello também explicou o motivo de não ter incluído o fator político no crime.
“Estão claras a provocação e a discussão em razão de opiniões políticas, mas falta provar que o retorno dele [Guaranho] ao local foi por esse motivo, uma vez que a esposa disse que ele se sentiu humilhado [após a discussão]. Por isso, é difícil afirmar que foi crime de ódio”, disse a delegada.
Ato Pela Paz
Amigos e familiares de guarda morto em festa de aniversário realizam manifestação em Foz
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Manifestação em Foz do Iguaçu pela morte de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT na cidade. | Foto: Reprodução/Twitter/PT
Amigos e familiares do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT que foi morto pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, realizaram na manhã deste domingo (17) uma manifestação na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu, para relembrar a morte do petista e pedir paz e respeito por posições políticas divergentes. Todos os participantes estavam vestidos de branco. Um inquérito da Polícia Civil concluiu que o crime não foi causado por motivação política.
O encontro teve a presença de líderes religiosos, sindicais e políticos, como dirigentes da CUT, MST e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. “Muitos questionaram se esse seria um ato partidário ou eleitoral. Ele não é partidário, não é eleitoral. Mas ele é um ato político, no sentido de enfrentar uma situação que nós estamos vivendo no país. Que não é de normalidade. Nós não podemos deixar normalizar crimes e assassinatos como esse. O Marcelo morreu por acreditar numa ideia e ter uma posição política”, discursou a dirigente petista.
Crime Em Foz
MP vai oferecer denúncia em até 5 dias contra agente penal que matou tesoureiro do PT
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Momento em que Jorge Guaranho atira contra o aniversariante em Foz do Iguaçu. | Foto: Reprodução/Internet
O promotor de Justiça Tiago Lisboa Mendonça informou, nesta sexta-feira (15), que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) deve oferecer, em até cinco dias, que é o prazo legal, denúncia contra Jorge José da Rocha Guaranho. O agente penal, que está internado em estado grave, matou a tiros Marcelo Aloízio de Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último sábado (9).
O processo será analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime Organizado (Gaeco), a partir da conclusão do inquérito da Policia Civil do Paraná apresentado nesta sexta-feira (15).
Crime
MP requer perícia de celular de homem que matou guarda municipal em festa de aniversário
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Jorge Guaranho, que matou o guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, segue internado na UTI. | Foto: Reprodução/Facebook
O Ministério Público do Paraná requereu à Justiça, nesta quinta-feira (14), que o telefone celular de Jorge Guaranho, guarda municipal que matou Marcelo Aloízio de Arruda em Foz do Iguaçu na noite de sábado (9), seja encaminhado ao Instituto de Criminalística para perícia. Consultado, o MP-PR afirma que isso faz parte do processo natural de investigação.
O pedido, feito pelo núcleo de Foz do Iguaçu do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), também compreende, entre outros itens, a perícia do aparelho que gravou as imagens das câmeras de segurança no local do crime. A investigação tenta entender o que aconteceu durante a festa de aniversário de Arruda, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT).
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