Justiça Eleitoral
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Na decisão, Moraes destaca que montagem é sabidamente inverídica e configura propaganda eleitoral negativa.| Foto: STF
O ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido do PT, está proibindo que nas redes sociais se diga que há ligações entre o PCC e o PT, ou ligação entre o assassinato do prefeito Celso Daniel e o PT, PCC etc. Isso vai atingir o senador Flavio Bolsonaro, os deputados Carla Zambelli e Otoni de Paula, e mais uma dúzia de canais.
A deputada Carla Zambelli reagiu dizendo que se baseou em uma denúncia do Marcos Valério homologada pelo próprio Supremo, e que acha estranha essa decisão. O ministro Alexandre de Moraes, que deu essa determinação, disse que é mentira e que o caso Celso Daniel está encerrado. Parece que nessa decisão ele está emitindo mais julgamento, além de tudo. Mas o fato é que em um caso desses, se é mentira, o caminho é processar por calúnia. Afinal, a Constituição, no artigo 220, veda a censura; e o problema aqui é a censura.
A consequência disso acaba sendo ruim para o PT, que tomou a iniciativa. É como no caso da bandeira; a juíza do Rio Grande do Sul que queria proibir a bandeira a tornou muito mais popular. Agora, todos estão noticiando o caso, as pessoas que não sabiam dessa história de Celso Daniel e PCC ficaram sabendo, não creio que tenha sido bom, só tornou o assunto mais popular.
Do boi tudo se aproveita
Acaba de voltar da Rússia uma delegação da Apex Brasil e da Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra), com 13 empresas brasileiras de reciclagem para vender farinha animal para a Rússia. Vai ser um negócio de dezenas de milhões de dólares.
Lembro que, quando era menino, dizia-se que em frigorífico até o berro do boi era aproveitado. E é isso mesmo, não tem nada que vá fora. Ossos, sangue, tudo isso é transformado em farinha e tem utilidade. Só para conheceremos mais esse ramo da indústria brasileira e da pecuária.
Bolsonaro e os embaixadores no Alvorada
Por fim, eu queria falar do encontro entre embaixadores e o presidente Bolsonaro na residência oficial do presidente, o Palácio da Alvorada. O presidente, não acreditando nas notícias brasileiras, acreditando que tudo o que vai para o exterior é deturpado, distorcido, resolveu ser a fonte primária dos embaixadores. Falou a eles sobre um inquérito da Polícia Federal referente à invasão de um hacker que ficou oito meses circulando pelos computadores do TSE, pegando senhas e chaves. Ele relata que o TSE não contribuiu para a Polícia Federal investigar porque, sete meses depois do pedido, apagou tudo. Alegou que estavam apagadas as digitais, ou seja, as marcas do hacker, que facilitariam a identificação.
Então, Bolsonaro quis explicar que está querendo transparência e segurança na eleição; disse que o resultado tem de ser respeitado, mas que também é preciso evitar discussões posteriores, dúvidas. Os militares foram convidados a participar pelo próprio TSE, mas o TSE não aceitou as sugestões, que ainda há tempo de aceitar. O presidente até ofereceu o inquérito aos embaixadores, se quiserem, porque ele não está marcado como sigiloso. E terminou com uma frase muito significativa, que o ministro da Defesa já usou outro dia, encaminhando um documento ao TSE: eleição é questão de segurança nacional.
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