Eleições
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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Clécio (com as duas mãos erguidas) é candidato a governador do Amapá com apoio do PL e do PT. Ao fundo, painel tem foto e nome de Lula.| Foto: Reprodução/Instagram
Muita gente acha estranho que Lula e Alckmin estejam na mesma chapa, já que foram adversários em eleição presidencial, dizendo cobras e lagartos um do outro. Mas isso não é nada. O MDB, talvez o maior partido político, tem o “MDB Bolsonaro”, o “MDB Lula” e o “MDB Simone Tebet”. Que coisa, não? Parece que o partido está sem doutrina. Aliás, não passam de uma junção de letras, todos eles. Temos 32 partidos políticos nessa eleição e, se perguntarmos qual é o programa do seu partido, vão dizer mais ou menos a mesma coisa.
Agora, vejam o que está acontecendo no Amapá. O PL está junto com o PT, o partido de Bolsonaro está junto com o partido de Lula. E ainda tem o PDT, todos unidos para apoiar Clécio Luís, do Solidariedade, ex-prefeito de Macapá que já foi do PT, do PSol, da Rede. Quem ainda compõe a chapa é Davi Alcolumbre, do União Brasil, candidato ao Senado. Divertido, não?
Os que são de gerações passadas viram a volta de Leonel Brizola e a briga que foi porque ele queria refundar o PTB, que ficou com a Ivete Vargas, e Brizola acabou fundando o PDT. Pois não é que os dois estão juntos no Maranhão? Para o governo concorre Weverton Rocha, que é do PDT, e para o Senado vai Roberto Rocha, que é do PTB, sendo que ele apoia Bolsonaro e tem o apoio do PL, enquanto Weverton diz que gosta muito de Lula. O PT apoia o Partido Socialista Brasileiro para o governo e para o Senado, com o ex-governador Flavio Dino, que foi eleito pelo PCdoB, mas agora é do PSB; eles não querem mais falar a palavra “comunista” porque sabem que a maioria do povo brasileiro não quer saber de comunismo. É mais ou menos o que fez o Partido Comunista Brasileiro, que mudou de nome para Cidadania.
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Quem ainda assiste aos debates?
No domingo que passou tivemos o debate dos candidatos a governador e ninguém ficou sabendo. Parece que não se deram conta de que a campanha política se deslocou, não é mais aquela campanha de antigamente, em que as pessoas ficavam grudadas na televisão. Eu fiquei sabendo do debate do domingo no jornal de segunda-feira, pelo menos no Distrito Federal. O debate em São Paulo, que poderia ser quente, Tarcísio contra Haddad, virou até brincadeira; Ricardo Salles, por exemplo, tuitou dizendo que o melhor do debate foi descobrir que Elvis não morreu.
Sete de Setembro é assunto para a prefeitura do Rio, não para o Supremo
E ainda estão discutindo sobre o Sete de Setembro… isso é assunto da prefeitura do Rio de Janeiro, embora o presidente tenha sugerido a Avenida Atlântica. Só acho que, em Brasília, não deveria ser no Setor Militar Urbano, porque fica um pouquinho longe. Já fizeram na Esplanada dos Ministérios e no Eixo Rodoviário Sul, que é um lugar maravilhoso porque tem bosque e sombra dos dois lados, e nessa época do ano é sol e secura em cima das pessoas.
Energia mais barata e deflação em julho
Para encerrar, tivemos reunião extraordinária do Conselho Administrativo da Itaipu Binacional, que inclui o Paraguai e os brasileiros. Como decisão, pela primeira vez em 13 anos vai baixar o preço da energia elétrica em 8,2%. Então, não é só a Petrobras que está baixando os seus preços, a Itaipu também.
E aí vem a consequência: a inflação já está negativa, o nome exato é “deflação”: -0,68%, a maior deflação desde 1980. Enquanto o mundo está com mais inflação e menos PIB, o Brasil está com mais PIB e menos inflação.
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