Por
Rodrigo Constantino
O movimento conservador ainda é muito incipiente em nosso país. Precisamos não só reeleger o único candidato à Presidência mais alinhado com o conservadorismo, como aumentar – e muito – a presença da direita no Congresso. Pela primeira vez em muito tempo o eleitor de direita passa a ter mais de uma boa opção como deputado estadual, federal ou mesmo senador. Nomes que já demonstraram firmeza na defesa desses valores.
Mas há alguns casos delicados, que exigem reflexão pragmática. O voto ideal pode ser inimigo do voto necessário. Tudo vai depender de qual a prioridade, qual a meta mais importante. Do meu ponto de vista, isso não poderia estar mais claro: é impedir que lulistas cheguem ao poder. O lulismo é o maior câncer da política nacional, pois junta a corrupção com a ideologia totalitária. Evitar que a casa seja tomada por cupins é mais importante do que decidir a decoração dos cômodos.
Isso vai demandar um grau de espírito público raro na política. Cada um tem seu projeto pessoal, seus interesses, seu ego. Mas a direita precisa estar unida, inclusive com o centro, se o intuito for mesmo barrar a volta do ladrão e seus comparsas à cena do crime. Claro que não dá para confiar num típico “centrista moderado”, de perfil tucano. Mas se a escolha é entre isso e PT, não resta muita dúvida do que fazer.
Vejamos o caso do Amazonas. Segundo pesquisas, Omar Azis, aquele da CPI circense que virou palanque lulista, lidera com cerca de 30%, enquanto Arthur Virgílio do PSDB e o Coronel Menezes do PL disputam o segundo lugar com cerca de 20% cada. Não seria melhor se um deles declarasse apoio no outro para impedir a vitória do lulista? Não é fácil chegar a tal acordo, claro, mas sem dúvida seria melhor para o povo.
O mesmo cenário se repete na Bahia. Otto Alencar, o lulista da mesma CPI patética, lidera com quase 40%, enquanto Cacá Leão do PP tem pouco mais de 15% e Raissa Soares do PL tem quase 10%. Derrotar aquele que foi elogiado por Lula por ter “humilhado aquela médica japonesa” na CPI não deveria ser a prioridade aqui?
No meu querido Rio temos um caso complicado: Romário não é nada confiável para conservadores, mas Daniel Silveira nem sabe se poderá ser mesmo senador caso eleito, enquanto o lulista Molon avança. Romário é ruim, mas Molon é muito pior!
Se o centro e a direita não se unirem, aqueles que trabalhavam para Lula na CPI continuarão no Senado, criando inúmeros obstáculos e boicotando o governo no caso de reeleição de Bolsonaro. Nunca é trivial abandonar uma disputa em prol de quem está na frente e tem mais chances de derrotar o inimigo comum, mas é algo crucial se essa for mesmo a prioridade. E creio que deveria ser…
Antilulistas do todo o mundo, uni-vos!
Rodrigo Constantino
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.
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