Democracia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Urnas usadas na votação.| Foto: Divulgação/TRE

Os parisienses aproveitaram o domingo para fazer uma grande manifestação contra a alta dos preços, principalmente de energia, e incoerentemente em apoio a uma greve, que já dura três semanas, de petroleiros de refinarias. Desde a guerra Rússia-Ucrânia, a Rússia respondeu às sanções impostas pela Otan e pela Europa cortando o fornecimento de gás que abastece os europeus.

A Rússia é o maior produtor de mundo de gás. A inflação na França já passou de 10%, já está com dois algarismos. Em toda a zona do euro há esse problema. Na Alemanha, está batendo 11%. Nos Estados Unidos, nos últimos 12 meses está em 8,3%. Aqui pertinho, na Argentina, 100%.

No Brasil, não. Estamos com inflação mais baixa do que os países desenvolvidos. A expectativa de inflação para este ano é de 5,7%, por enquanto. Com isso, é menos que o 6% que rende a poupança. Isso vai significar decisões nas aplicações dos investidores.

Taí o Brasil despontando num dia de grandes comemorações do agro, dia do agricultor, do alimento. Tirando da terra – onde se semeou muito suor e trabalho – não só o pão de cada dia, mas também muito dinheiro para melhorar a situação de uma boa parte do Brasil e inclusive equilibrar nossa balança externo.

Campanha eleitoral
A campanha está cada vez acirrada, cada vez mais cheia de baixo nível. Vai piorar essa semana. E na outra, mais ainda, dependendo do desespero que bate nas mobilizações campanha. A gente está vendo que a mobilização está muito maior no segundo turno do que no primeiro.

No primeiro turno, um lado acreditou nas pesquisas, e ficou tranquilo. “Vamos ganhar no primeiro turno”. O outro lado acreditou nas ruas cheias de gente, e também ficou tranquilo. Também “vamos ganhar no primeiro turno”. Só que não. Então agora está todo mundo se mobilizando para o grande julgamento do dia 30. De um lado, vai se julgar o que aconteceu em 14 anos de governo do PT. E do outro lado os quase quatro anos do governo Bolsonaro.

Está nas mãos do eleitor decidir não só esse julgamento, mas decidir o seu futuro, dos seus filhos, dos seus netos. É uma decisão pesada, em que cada um vale o mesmo, vale um voto. A garota de 18 anos que estava conversando comigo no elevador, em Goiânia, no domingo, vale um voto. E o meu voto, que já passei por 24 eleições e já vi muito do Brasil, vale a mesma coisa. Um cidadão, um voto, o valor da democracia não importa o grau de conhecimento, de patrimônio que cada um tenha. Todos somos iguais, e isso é muito importante. Pensemos nisso: no valor do nosso voto, do nosso “um”, que pode ser o voto de desempate.


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