Bolsonaro rompe o silêncio após derrota para Lula
História por AFP
Após 40 dias, o presidente Jair Bolsonaro rompeu o silêncio na sexta-feira (9) e disse que a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais “dói na alma”.
O presidente Jair Bolsonaro (C) durante cerimônia de graduação de cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras em Resende, estado do Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 2022© TÉRCIO TEIXEIRA
‘Dói na alma’: Bolsonaro rompe o silêncio após derrota para Lula© Marie HOSPITAL
“Estou há praticamente 40 dias calado. Dói, dói na alma. Sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando a minha vida no meio do povo”, disse Bolsonaro ao falar a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Alguns falam do meu silêncio. Há poucas semanas, se eu saísse aqui e desse bom dia, tudo seria deturpado, tudo seria distorcido”, justificou.
O presidente permaneceu em silêncio e quase sem agenda pública depois que Lula venceu o segundo turno, em 30 de outubro, por uma estreita margem: 50,9% a 49,1%.
Desde então, Bolsonaro participou de seu primeiro evento oficial em 26 de novembro em uma academia militar.
Após a derrota, milhares de apoiadores bloquearam rodovias e protestaram em frente a quartéis militares, pedindo uma intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Lula, em 1º de janeiro.
Bolsonaro considerou nesta sexta que “as Forças Armadas são essenciais em qualquer país do mundo (…), são o último obstáculo para o socialismo”.
O presidente disse, ainda, que “é o povo quem decide o destino”.
“Quem decide o meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”, acrescentou, destacando que “vivemos um momento crucial, uma encruzilhada”.
Enquanto avança a transição, Lula anunciou os cinco primeiros ministros de seu gabinete: Fernando Haddad para a Fazenda, Rui Costa para a Casa Civil, Flávio Dino para a Justiça e Segurança Pública, José Múcio Monteiro para a Defesa e Mauro Vieira para as Relações Exteriores.