Após prefeitura impedir renovação com veículos a diesel, SPtrans afirma que concessionárias encomendaram a produção de 1.166 coletivos movidos a eletricidade

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Atualmente, operam em São Paulo apenas 220 ônibus elétricos
  • Nova matriz energética é estratégia contra a poluição do ar na cidade
  • A medida não agradou às concessionárias, que disseram que foram pegas de surpresa
  • Ministério Público também investiga a determinação da prefeitura
Ônibus elétrico que foi testado em São Paulo e tem tempo de recarga de 3 horas

Ônibus elétrico que foi testado em São Paulo e tem tempo de recarga de 3 horas

HIGER BUS/DIVULGAÇÃO

As concessionárias que operam o serviço de ônibus em São Paulo deverão incorporar à frota da capital 1.166 veículos elétricos neste ano, segundo a SPTrans, empresa pública que administra o serviço na cidade.

A chegada desses veículos representa um passo inicial na mudança na matriz energética do transporte coletivo na capital, considerado um dos causadores da poluição do ar na cidade. Atualmente, operam em São Paulo apenas 220 ônibus elétricos da frota de aproximadamente 13,3 mil ônibus. Dos atuais elétricos, 201 são trólebus e 19 são movidos a bateria, sendo que um deles está em fase de testes.

A mudança ocorre após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) determinar que a renovação da frota se dará apenas por meio da inclusão de ônibus elétricos. Ou seja, os veículos movidos exclusivamente a diesel não poderão mais ser adquiridos pelas empresas que operam na cidade ao trocarem os veículos – coletivos com mais de dez anos não podem circular na capital.

A exceção em relação à obrigação de elétricos fica por conta dos miniônibus, já que não há oferta desses veículos com esse tipo de tecnologia no mercado nacional.

Além dos 1.166 novos veículos elétricos previstos para operar em 2023, outros 516 passarão a integrar a frota em 2024. Segundo a SPTrans, algumas concessionárias não apresentaram ainda seus pedidos, e novas compras serão realizadas ao longo dos anos. Logo este número tende a crescer gradativamente.

A meta da gestão Ricardo Nunes no Plano de Metas é incorporar 2.600 até o final de 2024.

Regra gerou reação

A medida não agradou às concessionárias, que disseram que foram pegas de surpresa e que a nova exigência aumentará os custos do serviço, o que também deverá se refletir na tarifa e nos subsídios repassados pela administração municipal.

Por ora, a gestão Ricardo Nunes manteve a tarifa em R$ 4,40 para o ano de 2023 e espera que a troca por veículos elétricos possa ser impulsionada por meio de um financiamento, que poderá ser do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A iniciativa da Prefeitura de São Paulo de impedir a renovação da frota com veículos a diesel chamou a atenção do Ministério Público, que instaurou inquérito civil para investigar Ricardo Nunes.

O inquérito foi aberto em novembro pelo promotor de Justiça Paulo Destro, da Promotoria do Patrimônio Público e Social da capital. Segundo o Promotoria, a investigação agora está suspensa em razão de um recurso apresentado pela Prefeitura de São Paulo. O pedido será julgado pelo Conselho Superior do Ministério Público, o que não tem prazo para ocorrer.

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