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Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo

BRA50. BRASÍLIA (BRASIL), 6/1/2023. – El ministro de Hacienda de Brasil, Fernando Haddad, participa de la primera reunión ministerial del gobierno hoy, en el Palacio del Planalto, en Brasília (Brasil). Lula da Silva, reunió este viernes por primera vez a sus 37 ministros y los instó a trabajar por la “reconstrucción” de la “democracia” y en favor “del pueblo abandonado por el Estado”. EFE/Andre Borges


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad.| Foto: EFE/André Borges

Ele é economista, eu não sou. Ele faz o alerta: “o governo começou com o pé na tábua dos gastos”. E queriam o quê? Não acompanharam a campanha eleitoral? Teto de gastos é o escambau. Não prestaram atenção na equipe de transição? Aquela com mil pessoas… Queriam regras confiáveis para conter os gastos públicos? O Congresso disse que o negócio é acelerar; dinheiro não faltará. Tem sempre alguém que paga a conta, que até pragueja, mas não reclama.

Os gastos são vários, são lindos. A politicagem é a rainha da gastança. Há tantos ministérios agora, são 37. Há tão poucos técnicos, tantos processos na Justiça pelo caminho. A imprensa exalta o colorido. Ninguém vai rasgar dinheiro, rechear os próprios bolsos. Agora, nenhum jornalista reclama se não há um médico no comando do Ministério da Saúde. Entender de economia também não é mais fundamental a um ministro da Fazenda.

São tantas piadas… Uma reforma tributária deve ser a reafirmação do amor que esse governo tem por impostos. Desoneração é o fim da picada. Impostos, ao infinito e além! Cobrar mais, mais e mais. Isso, por si só, já é assustador. E segue o drama: distribuir mal, gastar mal e gastar muito, muito. Se o rombo de R$ 231 bilhões em 2023 parece pouco, caminha o país de várias maneiras para a destruição.

Agora, nenhum jornalista reclama se não há um médico no comando do Ministério da Saúde

Privatizar será proibido. E as empresas privadas precisam estar alinhadas com o governo, ou o boicote a elas, liderado pelo ministro da Fazenda, talvez vire lei… Ninguém riu na plateia. Ninguém vai rir das estatais comandadas por políticos e sindicalistas. Como é saborosa a ingerência. A gente amiga do partido dá risada, espantando a governança. Há tantas piadas sem graça e perturbadoras, há tantos interesses.

O economista pergunta sobre o “pé no freio do gasto”. Ele quer saber da “organização da casa”. As últimas respostas são: “a autonomia do Banco Central é uma bobagem”, “a meta de inflação é exagerada”… Vivemos mesmo num país engraçado, que economiza, aumentando os salários do presidente da República, do vice, de ministros de Estado, parlamentares e magistrados do STF. Mas, fiquem tranquilos, os gastos públicos vão nos livrar de todos os problemas, vão salvar a indústria, as florestas, promover o saneamento básico, a educação, o desenvolvimento. O Estado vai salvar os pobres.

Dinheiro público, de onde vem, para onde vai? Reformem o Palácio da Alvorada, com urgência, sem licitação, o presidente precisa de uma casa, de uma cama. Não economizem. Vamos acertar nossas contas, gastando mais. Limite para despesas é coisa de gentinha. Equilíbrio é para os fracos. Dinheiro sempre houve. Pendurem tudo na inflação, nos juros altos, no desemprego. Nós sempre pagamos a conta… Vamos reclamar agora?


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