Por
Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo



Negacionista é uma palavra que entrou na moda durante a pandemia. Gente arrogante e sem qualquer conhecimento sobre o método científico passou a monopolizar a fala em nome da ciência, impondo medidas autoritárias sem comprovação alguma, enquanto demonizavam seus críticos e aqueles que ousavam fazer perguntas.

Agora cada medida absurda defendida como solução mágica para a pandemia se mostra sob escrutínio e não há mais tanta “certeza” de que elas eram mesmo necessárias. Mas esse texto não pretende falar sobre o covid, e sim sobre o PT – uma praga tão ou mais nefasta que o vírus chinês.

O PT sempre jogou contra o Brasil, votando contra cada reforma importante. Quando esteve no poder, deixou um rastro de corrupção e destruição. Nunca fez um pedido público de desculpas ou demonstrou qualquer arrependimento ou aprendizado com o passado. Ao contrário: veio com mais radicalismo e arrogância na campanha eleitoral.

Agora, novamente no comando do Poder Executivo, volta a implementar exatamente sua cartilha esquerdista. Mas alguns tucanos que fizeram o L se mostram preocupados ou decepcionados. O que esperavam? Por que pensaram que haveria algo diferente disso? Ninguém sabe.

Em um excelente artigo técnico publicado hoje, Pedro Jobim relata a previsível tragédia do novo governo como um filme em alta velocidade: os mesmos erros do passado, mas colocados em prática pisando no acelerador. Jobim descarta a fuga pela alegação de estelionato eleitoral, pois lembra que as promessas foram essas mesmo, e alinhadas ao histórico do partido: “Estas propostas estão alinhadas às  práticas implementadas pelo PT ao longo dos treze anos de seus governos, que culminaram com a queda de quase 7% do PIB e a elevação de 8pp da taxa de desemprego, entre 2015 e 2016”.

Jobim passa, então, a explicar cada equívoco teórico e consequência prática, em diversas áreas distintas, como nos gastos públicos, no controle das estatais, na ingerência nos preços de mercado etc. Após elencar tantas barbeiragens, o economista aponta para possíveis e previsíveis novos erros à frente: “A lista de candidatos é gigantesca, e, pior, está sendo implementada em ritmo alucinante. Uma sequência provável envolve o retorno da pressão sobre o Banco Central em breve, assim que a iminente contração econômica materializar-se, a partir de quando, também, medidas como novas linhas de suporte a crédito, ampliação de gastos orçamentários, ou grosserias como o recém implementado imposto sobre a exportação de petróleo podem se multiplicar”.

O prognóstico é assustador, mas realista: “A economia do Brasil está tomando exatamente a mesma direção que trilhou durante os últimos anos da gestão anterior do partido – mas o percurso, desta vez, está sendo executado com determinação e velocidade muito maiores. O pais, envelhecido, endividado, e submetido à crescente insegurança jurídica, parece pronto a mergulhar num caminho de difícil retorno”. A Argentina está logo ao lado, para ilustrar o perigo do lulismo. Os argentinos fizeram o L antes, e por isso amargam inflação de 100% e miséria galopante.

Mas não faltou tucano de mercado disposto a fazer o L mesmo sabendo disso tudo, por ódio ou nojo a Bolsonaro, e por uma repetida narrativa de ameaça à democracia. Agora alguns jornalistas já assumem o legado positivo de Paulo Guedes, com timidez, pois não conseguem separar o ministro do seu chefe, Bolsonaro. O PT fala em “herança maldita”, mas os dados vão comprovando que o governo anterior deixou um país nos trilhos e crescendo.

Luciano Trigo mostra em sua coluna de hoje que é preciso ignorar todos os números para manter essa narrativa furada: “Diante desses números, qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual deveria reconhecer algum mérito de Paulo Guedes na gestão da economia”. Mas falta honestidade intelectual a quase todos da esquerda, inclusive os tucanos de mercado.

A economia não foi o calcanhar de Aquiles de Bolsonaro, em que pese uma pandemia no caminho. Eram grupos poderosos demais unidos com interesses obscuros: “Havia uma verdadeira obsessão coletiva em tirar Bolsonaro da presidência – obsessão que uniu o consórcio da grande mídia, uma parcela do empresariado, os inimigos da Lava-Jato, os políticos da tal Frente Ampla e até mesmo uma parte do Poder Judiciário. Difícil derrotar tantos oponentes em uma eleição”.

Queriam se livrar de Bolsonaro a qualquer custo. Pelo visto o custo vai ser bem alto – para o povo brasileiro, para o trabalhador honesto, para os mais pobres. Trigo conclui: “A não ser em caso de manipulação, os números costumam ser indiferentes às narrativas. Sempre se pode optar, é claro, por ignorar os números e ficar com as narrativas. Mas as consequências não tardam a chegar”. E elas já começaram a chegar: basta perguntar a quem precisa abastecer seu carro no posto, por exemplo.

São esses os verdadeiros negacionistas: aqueles que fecharam os olhos deliberadamente para fingir não ver quem e o que estavam colocando novamente no poder para tirar Bolsonaro.


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