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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Manifestantes fazem ato contra governo no dia 8 de janeiro 2023


Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deu prazo para que senadores confirmassem assinaturas no requerimento de abertura da CPI do 8 de janeiro.| Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Para quem está torcendo por uma CPI mista, de deputados e senadores, que investigue tudo sobre o 8 de janeiro – os acontecimentos em si, os seus antecedentes e as suas consequências –, há mais esperança, embora o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, esteja retardando a convocação de reunião conjunta de Câmara e Senado em que ele será obrigado a ler o requerimento que instala a CPI mista.

Por que há esperança? Porque havia uma CPI na frente, de autoria da senadora Soraya Thronicke. Ela tinha 44 assinaturas, são necessárias 27, mas os governistas recuaram e, na conferência ao fim do prazo, só 15 mantiveram as assinaturas, o que tornou a comissão inviável. Essa CPI, que era apenas do Senado, saiu da frente. Mas agora tem uma CPI mista, que o governo está fazendo todo o esforço possível para derrubar, inclusive oferecendo vantagens e liberação de emendas. Até agora o governo só conseguiu que quatro deputados, com menos força de decisão e que não são do tempo do fio do bigode, retirassem a assinatura, para desespero de seus eleitores: um do PL do Maranhão, outro do MDB de Goiás, um do União Brasil do Rio de Janeiro e o último, do PP de Goiás.

É absolutamente necessária essa CPI, para que a gente saiba o que mobilizou essas pessoas. Qual foi a razão, quais os acontecimentos que motivaram essas pessoas, para que não aconteça isso de novo, para que não haja um desagrado tão grande com as instituições brasileiras, para corrigir os erros das instituições que motivaram os cidadãos, que são origem do poder, são eleitores, pagadores de impostos e têm direito à manifestação e liberdade de opinião, como diz o artigo 5.º da Constituição. Temos de saber por que as portas das sedes dos três poderes foram tão facilmente abertas, como perguntou o coronel comandante de operações da PM de Brasília, na CPI que já se realiza na assembleia local – ele disse que nunca viu, em 30 anos, uma invasão assim tão fácil.

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Falando em médicos…

Isso me lembra o caso de um assalto na casa de um médico em Serra (ES), em que os assaltantes encontraram R$ 2 milhões, mais R$ 3 mil na carteira da dona de casa e R$ 11 mil na bolsa do médico que tinha sido vereador e deputado estadual. Alegam que tinham vendido uma fazenda por R$ 2 milhões, mas o assalto foi na noite de quinta para sexta, e esse município tem agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do banco estadual, Bradesco, Itaú, Santander, para guardar dinheiro, que ainda pode render enquanto fica no banco. A casa estava no nome dela, não sei no nome de quem estava a fazenda vendida, mas ela disse que os R$ 3 mil eram para pagar contas, e o médico alegou que ele tinha recebido o salário. Ou seja, essa família está vivendo em 1950, quando não havia banco digital, Pix, não tinha nada. E não havia nem assaltante, não é? E assaltante que sabia que havia esse dinheiro lá. Que caso estranho!


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