Guerra Na Ucrânia
Após Lula defender recuo de Zelensky, diplomata da Ucrânia rebate o petista nas redes
PorGazeta do Povo
Guerra na Ucrânia: invasão completa um ano nesta sexta-feira (24)| Foto: EFE/Rostyslav Averchuk
O diplomata ucraniano aposentado Olexander Scherba usou as redes sociais para rebater o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações vieram depois que o petista sugeriu, nesta quinta-feira (6), que a Ucrânia pode ter que ceder o território da península da Crimeia e negociar com a Rússia para facilitar um entendimento que ponha fim à guerra.
“O presidente do Brasil, Lula da Silva, disse que “Zelensky não pode querer tudo!” Defina “tudo”, por favor! A soberania da Ucrânia sobre sua própria terra? Você aplicaria esse princípio a si mesmo?”, questionou Scherba.
O presidente do Brasil viajará na próxima terça-feira (11) para a China, com uma agenda oficial que terá como um dos principais objetivos discutir propostas de paz na Ucrânia com seu par, Xi Jinping. Como a Gazeta do Povo mostrou, integrantes do governo petista defendem o acordo de paz proposto pela China, considerada uma aliada da Rússia na guerra.
O plano já foi descartado por países como Estados Unidos e demais aliados da Ucrânia. O petista, no entanto, defende criar um grupo de países que atuem nas negociações entre as nações em guerra.
“(Vladimir) Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, tem que se repensar. O Zelensky não pode querer tudo. O mundo precisa de tranquilidade (..) A gente precisa encontrar uma solução”, declarou Lula.
Em resposta a Lula, Ucrânia diz que “não faz comércio com seus territórios”
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Agência EFE – Gazeta do Povo
Crianças seguem em um trem da “Ukrzaliznytsia”, a companhia ferroviária estatal, em Dnipro (Ucrânia); Guerra entre Rússia e Ucrânia começou em fevereiro de 2022.| Foto: EFE/Orlando Barria
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse nesta sexta-feira (6) que o país “não faz comércio com seus territórios”, em resposta à sugestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Kiev desista da península da Crimeia como forma de acabar com a guerra com a Rússia.
“A Ucrânia aprecia o esforço do presidente brasileiro para buscar uma solução para acabar com a agressão russa”, disse Nikolenko em sua conta no Facebook. “Ao mesmo tempo, temos que deixar claro: a Ucrânia não faz comércio com seus territórios”, ressaltou.
Nikolenko também escreveu que “não há nenhuma razão legal, política ou moral para renunciarmos a um único centímetro de território ucraniano”, e reafirmou que a Ucrânia mantém sua posição sobre esta questão.
“Quaisquer esforços de mediação para restaurar a paz na Ucrânia devem ser baseados no respeito pela soberania e na restauração total da integridade territorial da Ucrânia, seguindo os princípios da Carta das Nações Unidas”, reiterou Nikolenko.
O porta-voz respondeu, assim, às recentes declarações de Lula de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não pode querer tudo” e que a Rússia “não pode ficar com o terreno da Ucrânia”, mas “talvez se discuta a Crimeia”.
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