Petistas e nomes do Centrão
Com brecha na Lei das Estatais
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Lula abriu espaço nas estatais para contemplar aliados, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

Numa ofensiva para contemplar aliados políticos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acelerou nas últimas semanas as nomeações de indicados políticos para diversas estatais. O movimento ocorre no momento em que o petista retirou sete empresas públicas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e três do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Todas as empresas foram inseridas nos dois programas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com isso, o Palácio do Planalto amplia o espaço para indicar aliados para pontos estratégicos das empresas públicas.

As negociações abrem espaço para a contemplação de pelo menos 753 cargos de diretores, presidentes e conselheiros de estatais, segundo dados do último Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais (Raeef), elaborado anualmente pela Secretaria Especial de Desestatização, do Ministério da Economia.

Essas indicações ganharam fôlego depois que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar retirando a quarentena de três anos para que dirigentes partidários, ministros e secretários assumam cargos de direção de empresas públicas. Lewandowski deixou a Corte na última terça-feira (11), e o julgamento da liminar pelo plenário foi suspenso depois de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Entre os aliados, Lula indicou, por exemplo, o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel para o cargo de presidente da estatal Emgea, vinculada ao ministério da Fazenda. O nome do petista foi aprovado pelo conselho de administração. Ele vai receber uma remuneração mensal de R$ 42.827,16, conforme dados disponíveis no site da empresa.

Além disso, o ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) foi indicado para assumir o Banco do Nordeste. Segundo o site oficial da instituição, a remuneração mensal mínima do presidente é de pouco mais de R$ 49 mil. O presidente do banco ainda tem participação nos lucros, que é um valor variável, conforme o resultado anual do banco.

Nos Correios, o indicado à presidência foi Fabiano Silva, advogado e coordenador do Grupo Prerrogativas, que teve forte atuação na campanha do petista e ajudou a impor derrotas à Lava Jato na justiça. Na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o presidente indicou o ex-deputado estadual Edegar Pretto, que foi candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PT. Os salários mensais serão de R$ 52 mil e 31,5 mil, respectivamente.


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