Governo conta com Centrão para obter maioria em CPMI dos atos antidemocráticos

Caso não consiga retirar assinaturas, Planalto quer aproveitar adiamento da leitura do colegiado para trabalhar em um ‘plano B’

Por Julia Lindner e Mariana Carneiro – Jornal Estadão

O governo saiu do estado de negação e passou a trabalhar com a possibilidade de que a CPMI dos Atos Antidemocráticos tem chance de acontecer. Nesta terça (18), aliados de Lula começaram a desenhar uma estratégia de defesa, para o caso de perderem a disputa pela retirada de assinaturas de apoio. Desejam articular com partidos do centrão a indicação de membros afinados com o governo para formar maioria no colegiado — composto por 15 deputados e 15 senadores. De acordo com a Secretaria-Geral do Congresso, a indicação deverá levar em conta os grandes blocos da Câmara, o que significa que o grupo majoritário liderado por Arthur Lira (PP-AL) terá vantagem na composição.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Foto: Adriano Machado/Reuters – 11/1/2023

Além do PP, o grupo é formado por União Brasil, PDT, PSB, PSDB/Cidadania, Avante, Patriota e Solidariedade. O segundo maior bloco da Casa é liderado pelo MDB e PSD. Pelas contas já feitas por deputados, o bloco de Lira deverá ter direito a cinco vagas; o bloco do MDB, quatro vagas; o PL três vagas; o PT, duas vagas; e o PSOL/Rede, uma vaga.

Governistas ainda acreditam que há chance de a CPMI perder assinaturas até a próxima semana. Viram com otimismo o adiamento da sessão do Congresso que iniciaria a comissão ter recebido o apoio de PP e Republicanos. Bolsonaristas ficaram isolados.

Inconformados com a demora na abertura da sessão do Congresso que deliberaria sobre a CPMI, deputados bolsonaristas foram ao Senado cobrar Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pessoalmente. Mas erraram a porta da presidência da Casa e foram à secretaria-geral. Alertados, deram meia-volta. Todos com celulares em punho.

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