Viagem à Europa
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Presidente Lula recebeu carta da comunidade de ucranianos em Portugal sob protesto em frente à Embaixada.| Foto: Miguel A. Lopes/EFE

A Associação de Ucranianos em Portugal entregou, nesta sexta-feira (21), uma carta à Embaixada do Brasil em Lisboa convidando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ir à capital da Ucrânia, Kiev, e também para rejeitar as declarações feitas pelo mandatário no último fim de semana na Ásia sobre a guerra na Ucrânia.

O presidente da associação, Pavlo Sadokha, disse à imprensa que eles tentarão “explicar a posição da comunidade ucraniana em Portugal e em toda a Europa, diante da invasão da Rússia” e que “a posição de Lula está errada”. Um protesto de ucranianos foi realizado em frente à Embaixada no momento da entrega da carta.

Sadhoka estava se referindo às declarações feitas por Lula no último fim de semana, quando disse que os presidentes de Rússia e Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respectivamente, “não tomam a iniciativa” de chegar à paz, enquanto “Europa e Estados Unidos acabam contribuindo para a continuação desta guerra através do envio de armas”.

“Esta guerra pode ser parada quando Putin for condenado, quando as tropas russas deixarem a Ucrânia. Só então nós poderemos sentar e conversar”, disse Sadokha, afirmando que “não há países neutros” neste conflito.

A carta também “reforçará o convite de Zelensky” para que Lula visite Kiev. Um pouco mais cedo, Lula pediu a Celso Amorim, assessor especial da Presidência para política externa, que visite a Ucrânia em uma data ainda a ser negociada.

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“A visita do presidente Lula à Ucrânia significaria que ele compartilha os valores do mundo democrático e está do lado dos ucranianos”, acrescentou Sadokha.

“Somos nós que pagamos com vidas, com a destruição de nosso país, pelos interesses políticos globais negociam com o ditador Putin à custa do sofrimento dos países que a Rússia invade. Não queremos ver o Brasil como um aliado do regime criminoso de Putin, mas suas declarações nos preocupam”, lê-se em um dos parágrafos da carta, à qual a Agência EFE teve acesso.

Lula chegou a Lisboa pela manhã em visita oficial que durará até a próxima terça-feira (25).

Em sua agenda estão previstas reuniões com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e uma cúpula bilateral que pretende avançar questões comuns.

Política externa
Após críticas do Ocidente, Lula manda Celso Amorim visitar Zelensky em Kiev
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Gazeta do Povo


Depois de visitar a Rússia, assessor especial de Lula Celso Amorim também irá à Ucrânia| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

Após a repercussão negativa das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra no Leste Europeu, Celso Amorim, assessor especial da Presidência para política externa, visitará a Ucrânia. O principal conselheiro de Lula no tema, Amorim se reuniu recentemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, gesto que irritou aliados do Ocidente.

A viagem de Amorim à Ucrânia foi informada nesta sexta-feira (21) pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, após reunir na Embaixada do Brasil em Lisboa com representantes da comunidade ucraniana em Portugal. Durante o encontro, Macêdo recebeu uma carta endereçada a Lula sobre a posição da comunidade ucraniana em relação à invasão da Rússia.

O ministro expressou solidariedade às vítimas ucranianas e encaminhou a carta para o presidente, reforçando a posição do governo brasileiro de promover esforços internacionais para uma paz mediada entre os dois países em conflito. Segundo ele, Celso Amorim, irá a Kiev para um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, por determinação de Lula.

Portugal abriga uma grande comunidade ucraniana, que se organizou para rejeitar as declarações de Lula de que a Ucrânia também é responsável pela guerra. As falas fizeram o governo em Kiev convidar Lula pela segunda vez para visitar o país.


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