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Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Novos e antigos senadores estão torrando dinheiro público com restaurantes sofisticados, carrões de luxo e combustível para avião. Ciro Nogueira (PP-PI) gastou R$ 175 mil com essas mordomias. Pagou R$ 891 por um banquete para 22 pessoas e registrou que era um “compromisso de natureza política”. O Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) pagou R$ 930 por um buffet para 10 pessoas mais R$ 1,4 mil por outro buffet para 15 pessoas no Steack Bull Gourmet. Os gastos com os banquetes do astronauta equivalem a quatro benefícios do Bolsa Família.

De volta ao Senado, o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira gastou R$ 43 mil com combustível para avião. Para os seus deslocamentos no estado, alugou uma caminhonete Toyota Hilux por R$ 20 mensais até março. Em abril, alugou um SUV Toyota Diamond por R$ 15 mil. Consumiu mais R$ 44 mil com combustível para automóveis. Neste ano, abandonou os banquetes no bairro nobre Cerqueira César, em São Paulo.

O valor de uma Hilux varia muito país afora. Laércio Oliveira (PP-SE) fretou uma por R$ 12,7 mil. Renan Calheiros (MDB-AL) pagou R$ 10 mil. Ângelo Coronel (PSD-BA) conseguiu uma Hilux por 9 mil. O líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), alugou logo uma frota: uma camionete Toro, um Compass e um Corolla, tudo por R$ 13 mil.

Weverton (PDT-MA) pagou R$ 10,8 mil por uma Frontier em janeiro e fevereiro. Em abril, alugou um Jeep Compass por R$ 4,9 mil. Mecias de Jesus (Republicanos-RR) fretou uma Trailblazer por R$ 10,5 mil de janeiro a março. Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8/1, alugou uma Pajero por 10 mil em janeiro. Depois, trocou por um Toytota Yares por R$ 4,5 mil e acabou com um Onix por R$ 3 mil.

Zequinha Marinho (Podemos-PA) alugou um avião por R$ 19,5 mil no trajeto entre Belém e Altamira, ida e volta. Levou junto a senadora Damares (Republicanos-DF). Jayme Campos (União-MT) torrou R$ 19,8 mil com combustível para avião em janeiro. Em abril, pagou R$ 3 mil pela hospedagem do assessor sênior Carlos Alberto Soares no hotel Winsor Brasília, com diárias a R$ 1 mil e R$ 1,7 mil.

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“Fuego Alma e Vino”
Astronauta esteve ainda no Rancho Português Leitão à Bairrada, na Vila Olímpia, em São Paulo, onde saboreou uma porção de babalhau de R$ 370. A conta fechou em R$ 547. No Le Birosque, pagou R$ 657 por um almoço, em janeiro, com três porchetas a R$ 375. Carlos Portinho (PL-RJ) bancou, com dinheiro público, em janeiro, ”jantar com imprensa” no Mari Cuisine por R$ 592. Quase um Bolsa Família. Teve Ravioli Farcis au Chevre e Coc au vin Bouguignonne. Naquele mês, custeou mais três almoços com jornalistas.

A senadora Ana Paula Lobato (PSD-MA) frequentou vários restaurantes. Em março, pagou R$ 710 por um almoço no Rossini Steak House, no Calhau, em São Luís. Em Brasília, no Fuego Alma e Vino, consumiu peixe do dia, vacio 350 gr e chorizzo parrilero, tudo por R$ 444. No final do mês, retornou ao restaurante e consumiu mais R$ 433. O prato principal foi Costela del Fuego. Em abril, consumiu um Espeto Adulto por R$ 597 Churrascaria Fogo de Chão. A conta foi de R$ 630.

Mas o deputado Giordano (MDB-SP) continua liderando os gastos com restaurantes. Foram 71 refeições no valor total de R$ 19 mil neste ano. As 10 mais caras tiveram o valor médio de R$ 600 – o equivalente a um benefício do Bolsa Família, que visa assegurar alimentos para uma família por um mês. Em janeiro, também esteve no Fuego Alma e Vino. Comeu um bife ancho e pagou conta de R$ 325. Na Churrascaria Rodeio, comeu um salmão grelhado, acompanhamentos, e pagou R$ 530. No Vanide Hahal Restaurante, a conta chegou a R$ 850. A casquina de camarão custou R$ 210; o Cambuco de Estrelas, R$ 274. Em fevereiro, retornou à Rodeio e consumiu mais R$ 760. O prato principal foi uma picanha fatiada por R$ 370.

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Dentro das “normas legais”

Zequinha Marinho afirmou ao blog que “as dificuldades logísticas e o tamanho territorial do estado impõem desafios ao mandato”. Disse que Altamira sediou naquele dia (23 de março) uma reunião com lideranças locais para tratar do Território Ribeirinho. “Na impossibilidade de se deslocar em voo comercial, foi necessário fretar a aeronave que, além do senador, transportou também a senadora Damares Alves. Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a senadora tem atuado em temas relacionados à pauta dos povos tradicionais, buscando dirimir conflitos”, diz nota de Marinho.

O senador Giordano afirmou que, nos ressarcimentos de alimentação, “todos os pedidos são feitos em respeito às normas legais, estando restritos a compromissos de natureza política, funcional ou de representação parlamentar, nos moldes do regramento estabelecido pelo Senado Federal, razão pela qual os referidos ressarcimentos são deferidos pela casa legislativa.

A assessoria de Giordano afirmou que “os jantares aconteceram com a imprensa para acompanhamento da atividade parlamentar do senador, como exposto no portal da transparência”.

Astronauta afirmou que “todos os procedimentos legais, regimentais e de transparência foram estritamente cumpridos, todas as despesas objeto do questionamento estão previstas de ressarcimento com base no inciso IX, do artigo 3º do Ato do Primeiro-Secretário nº 5 de 2014, in verbis:

“IX – alimentação, ressalvadas bebidas alcoólicas do parlamentar ou de terceiros, quando em compromisso de natureza política, funcional ou de representação parlamentar, ressalvados os de caráter eleitoral, observado o § 6º do art. 6º.”

“Portanto, as despesas ora questionadas estão todas dentro da legalidade e dos limites estabelecidos pelo Senado Federal à todos os Senadores”, afirmou Marcos Pontes.


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