Por
Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo
A turma da elite ocidental adora uma visão estética de mundo, e fica encantada com narrativas de gente pobre que ascendeu ao poder para promover a “justiça social”. Até Fidel Castro, o “libertador” do povo cubano, passou a ser um tirano adorado por muito esquerdista intelectual do Ocidente.
Municiados pelas narrativas do consórcio da imprensa nacional, essa gente consumia apenas um discurso enlatado: Lula foi preso de forma injusta, acabou solto e disputou novamente eleições, vencendo para retornar como um Mandela dos trópicos, disposto a pacificar um país dividido e espalhar amor pelo Brasil e pelo mundo, quiçá o suficiente para merecer um Nobel da Paz.
Era um discurso patético, cá entre nós. Mas se figuras como Arminio Fraga, Henrique Meirelles, Luciano Huck, Elena Landau e João Amoedo caíram (ou fingiram cair) nessa ladainha ridícula, como julgar aqueles distantes franceses e americanos dispostos a embarcar nessa canoa furada?
Muitos, imbuídos da visão de que Bolsonaro era o Trump brasileiro e ambos representam o Capeta na Terra, abraçaram essa crença com fervor, deixando qualquer evidência do contrário de lado. Os sentimentos eram mais importantes do que os fatos. A narrativa se impunha perante a realidade.
Aí Lula é de fato eleito, após o TSE dar aquela colaborada incrível (missão dada, missão cumprida), e seis meses depois o Ocidente assiste, com espanto, um Lula raivoso, companheiro de ditadores comunistas, atacando o legado ocidental. Assim como Arminio Fraga, a elite ocidental parece ter medo agora. Ela “fez o L” e vai se dando conta de que foi o L de LASCOU!
O jornal francês Libération colocou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capa da edição desta sexta (23) chamando-o de “falso amigo dos ocidentais” e classificando-o como uma “decepção” por declarações dúbias quanto à guerra da Rússia contra a Ucrânia e pelo restabelecimento das relações com a ditadura de Nicolás Maduro.
A publicação é alusiva à viagem de Lula à França para participar da cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global, em que discursou mais cedo criticando países desenvolvidos e organizações internacionais como a ONU, o FMI e o Banco Mundial, além das exigências do parlamento francês ao acordo Mercosul-União Europeia.
Lula fez o típico discurso raivoso, repleto de rancor, que atrai a elite culpada ocidental, culpando o próprio Ocidente por todos os males do planeta e demandando “reparações”. Sobrou até para a Revolução Industrial, responsável por ter tirado centenas de milhões da pobreza. Lula parecia uma Greta Thunberg da vida, de tão colegial e infantiloide em suas diatribes.
Segundo o Libé, Lula era esperado pelo mundo como um “messias” ao ter sido eleito à presidência brasileira “por um fio de cabelo (50,9%)”, mas a “imagem ficou um pouco manchada” frente ao otimismo inicial de líderes como Emmanuel Macron (França), Joe Biden (Estados Unidos), Ursula von der Leyen (União Europeia), entre outros.
“Lula vem buscar promessas enquanto sua volta ao cenário internacional nem sempre agrada aos ocidentais”, diz a publicação logo na chamada da reportagem citando, logo depois, que a viagem é, ainda, uma tentativa de restabelecer as relações bilaterais que teriam sido prejudicadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nos Estados Unidos a decepção da esquerda também é visível. Até o NYT andou criticando a aproximação de Lula com tiranos nefastos. A esquerda democrata apoia a Ucrânia e condena a Rússia na guerra, mas Lula prefere se manter “neutro” e compreender os “motivos” de Putin para invadir o país vizinho. Lula anda flertando abertamente com a China também, para espanto de Biden, o presidente senil que vem escalando as tensões com o império comunista.
Nada disso, porém, deveria ser surpresa. De onde tiraram o Lula pacifista? Ninguém sabe. Era pura retórica, invenção, fantasia, ilusão. E agora nossa militância esquerdista da mídia tem a difícil missão de pintar um Lula estadista global contra um Bolsonaro pária mundial, sendo que a verdade é justamente o oposto: o Brasil se torna um pária cada vez maior sob o comando do petista fundador do Foro de SP ao lado de Fidel Castro, ainda na década de 1990. O mesmo Foro de SP que nossa velha imprensa fez de tudo, esse tempo todo, para ocultar do público, fingindo que era paranoia de reacionário, teoria da conspiração. Não era teoria alguma. Era só conspiração mesmo!
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