História por Emilly Behnke • PODER 360

As mudanças na Esplanada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para abrigar o Centrão não darão ao governo o apoio total das bancadas do Republicanos e do PP. Mesmo com a minirreforma ministerial, as siglas não vão integrar oficialmente a base de apoio do governo e deverão continuar como partidos “independentes”.

Poder360 apurou que a intenção dos chefes dos partidos é entregar votos a depender de cada pauta em debate. A relação difícil com o União Brasil, que comanda 3 ministérios de Lula, abriu o precedente para que outras siglas se mantenham “independentes” mesmo tendo ministérios.

Na 3ª feira (18.jul.2023), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), se reuniu com 2 deputados do Centrão cotados para assumirem ministérios em uma possível minirreforma ministerial. Ele recebeu André Fufuca (PP-MA), líder do partido na Câmara, e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). 

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou na 3ª (18.jul) que os 2 partidos terão cadeiras na Esplanada. A decisão de quais ministérios vão assumir, no entanto, dependerá de Lula, que atualmente está em viagem na Bélgica. O chefe do Executivo retornará nesta 4ª (19.jul) de noite.

Na semana passada, a 1ª parte das trocas esperadas pelo Centrão foi concretizada com Celso Sabino (União Brasil-PA) assumindo o Turismo, no lugar de Daniela Carneiro

Com as mudanças na Esplanada, o União Brasil deve dar ao governo 45 votos na Câmara. A bancada tem atualmente 59 integrantes. O governo também conta que a aliança com Republicanos e PP refletirá no painel de votações.

Apoio no Congresso

A distribuição de ministérios feita por Lula no início do governo foi a forma de o petista retribuir o apoio recebido de partidos políticos no 2º turno das eleições de 2022. O chefe do Executivo, no entanto, ainda não tem uma base de apoio consolidada na Câmara que garanta estabilidade em votações de matérias de interesse do Planalto.

No 1º semestre, o governo conseguiu avançar nas aprovações do marco fiscal e da reforma tributária. Para a outra metade do ano, precisará de apoio estável para conclusão de votações e para o debate da reforma sobre a renda e da desoneração da folha de pagamento.

O Centrão espera que as trocas da minirreforma ministerial sejam feitas até agosto. O grupo mirava ministérios blindados por Lula nas últimas semanas, como o Desenvolvimento Social, de Wellington Dias, e a Saúde, de Nísia Trindade.

A chegada ao Centrão na Esplanada deve melhorar o clima com o Congresso, apesar de exigir do governo um esforço para equilibrar as demandas dos partidos do grupo para entregar votos.

Tributária, marco fiscal e MPs: os desafios de Lula no 2º semestre Governo ainda enviará projetos de leis complementares e 2ª parte da reforma; Congresso precisa concluir votações pendentes O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro durante o governo de transição; Planalto ainda enviará ao Congresso propostas complementares para regulamentar a reforma tributária.

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By valeon