Fizemos as contas para você e mostramos também o valor aproximado das parcelas, além de outros pontos cruciais para o financimento de imóvel
DANIEL NAVAS – Inteligência Financeira
Uma rápida pergunta: qual é o seu maior sonho? Se a resposta foi ter uma casa em seu nome, saiba que você não está sozinho. Isso porque, de acordo com uma pesquisa feita entre o Censo de Moradia QuintoAndar e o Instituto Datafolha, 87% dos brasileiros almejam a compra de um local para morar.
Mas claro que, para atingir tal sonho, é preciso planejamento financeiro. Desse modo, nós da Inteligência Financeira, conversamos com especialistas que trouxeram um panorama para você saber qual a renda para financiar um imóvel de R$ 400 mil.
E, mesmo que esse não seja o valor que você esteja buscando para comprar uma casa, alguns ensinamentos podem te ajudar no processo de financiamento de imóvel. Desse modo, o primeiro ponto, claro, é você entender o que precisa levar em consideração antes de partir para a aquisição de um novo lar.
Por isso, é importante fazer uma análise cuidadosa da sua situação financeira. Alguns aspectos a considerar são:
- Estabilidade de renda;
- Capacidade de arcar com as parcelas mensais do financiamento;
- Taxa de juros oferecida pelo banco;
- Valor da entrada necessária;
- Custos adicionais, como impostos e taxas cartoriais, entre outros.
Investimento de longo prazo
Além disso, não podemos deixar de mencionar que o financiamento de imóvel pode sim ser considerado um bom investimento.
“Isso ocorre, porque você está aplicando seu dinheiro em um ativo que tem potencial de valorização ao longo do tempo. Além disso, a propriedade pode gerar retorno financeiro através do aluguel ou até mesmo ser vendida no futuro com lucro”, esclarece Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset.
Qual é a renda para financiar um imóvel de R$ 400 mil?
E assim como todo investimento, antes de aplicar parte do seu dinheiro no ativo, é preciso fazer contas. Afinal, a renda para financiar um imóvel de R$ 400 mil pode variar dependendo das políticas e critérios adotados pelo banco ou instituição financeira.
Mas, geralmente, as instituições consideram a capacidade de pagamento do cliente, levando em conta a renda mensal e o comprometimento máximo permitido para o financiamento, que normalmente varia de 25% a 30% da renda mensal. “Portanto, para determinar a renda mínima necessária, é preciso considerar o prazo do financiamento, a taxa de juros e a capacidade de pagamento permitida pela instituição”, afirma Gonçalvez.
Vale saber que no mercado tradicional o banco concede um financiamento de até 80% do valor do imóvel.
“Sendo assim, para um imóvel de R$ 400 mil será necessária uma entrada de R$ 80 mil, e assim ter um financiamento de R$ 320 mil. Considerando que o valor da parcela não pode ultrapassar 30% do valor da renda, neste caso, a renda necessária para se comprar um imóvel de R$ 400 mil é de R$ 10,7 mil”, calcula Anderson Ferreira, fundador e CEO da Toodo.Be, startup de crédito imobiliário.
E qual o valor da parcela?
Assim como a renda, o montante da parcela de um financiamento de imóvel de R$ 400 mil também pode variar de acordo com a taxa de juros, o prazo do financiamento e o sistema de amortização escolhido.
Em uma simulação feita por Fabrício Gonçalvez, considerando uma taxa de juros de 9% ao mês e um prazo de 30 anos, a parcela mensal pode ficar em torno de R$ 3,2 mil a R$ 3,5 mil. “Vale ressaltar que esses valores são apenas estimativas e podem variar dependendo das condições específicas do financiamento”, pontua o especialista.
E aqui um ponto de atenção à importância da entrada e das parcelas do financiamento. Isso porque, a entrada, por exemplo, é uma régua de corte que impede pessoas que não possuem dinheiro a comprarem um imóvel.
“Esse valor pago inicialmente pelo comprador tem impacto direto no valor do financiamento, nas taxas de juros e no valor das parcelas mensais. Portanto, quanto maior a entrada, menor será o valor financiado e, consequentemente, menores serão as parcelas, os juros pagos ao longo do prazo do financiamento e a renda mínima necessária”, explica Gonçalvez.
Por outro lado, se o valor da entrada for menor, o valor financiado será maior e as parcelas serão mais altas. E isso, claro, pode exigir uma renda mínima maior para atender aos critérios de capacidade de pagamento estabelecidos pelo banco.
Já o parcelamento determina o prazo e o valor do montante que será pago mensalmente. “É importante encontrar um equilíbrio entre o valor da entrada e o valor das parcelas que seja compatível com sua capacidade de pagamento”, alerta o especialista.
Como saber se tenho crédito para um financiamento de imóvel?
Agora que você já sabe qual a renda e o valor da parcela para financiar um imóvel de R$ 400 mil, partimos para outro ponto que também é muito importante: saber se existe ou não crédito disponível para o seu perfil.
Para isso, é necessário entrar em contato com um banco ou instituição financeira e realizar uma análise de crédito. Eles avaliarão sua renda, histórico de crédito, capacidade de pagamento e outros critérios para determinar se você é elegível para o financiamento.
“Outra boa forma de verificar se o nome está apto para compra de um imóvel é consultando previamente o Serasa Experian, que apresenta a pontuação – score – de crédito do interessado”, ensina Ferreira.
Afinal de contas, além do histórico de crédito negativo ou restrição no nome, outros fatores também podem impedir o leitor de financiar um imóvel. Entre eles estão:
- Renda insuficiente para arcar com as parcelas do financiamento;
- Comprometimento excessivo da renda com outros financiamentos ou dívidas;
- Falta de comprovação de renda estável;
- O imóvel desejado não atende aos critérios de avaliação do banco;
- Idade (pessoas acima de 80 anos não podem financiar uma casa);
- Falta de estabilidade no emprego;
- Falta de documentação necessária para o processo de financiamento.
Passo a passo para financiar seu imóvel
E, se você tem alguma dúvida sobre como deve ser feito o financiamento de um imóvel, a gente separou esse passo a passo bem fácil de seguir. Veja:
Primeiro e principal passo: mantenha o CPF regular perante a Receita Federal e órgãos de proteção ao crédito.
Segundo: tenha em mente que a parcela não pode ultrapassar 30% da renda. Logo, compor renda com mais de um integrante é uma excelente forma de qualificar-se para o financiamento. Por exemplo, uma renda composta que totalize R$ 10 mil qualifica o comprador para um financiamento de R$ 300 mil. Além disso, declarar o Imposto de Renda também é uma das maneiras de comprovar renda.
Terceiro: junte documentos pessoais de todos os participantes (CPF, RG, CTD estado civil, comprovante de endereço, três últimos holerites, seis últimos extratos bancários e Imposto de Renda) e envie para seu banco para aprovação do crédito.
Quarto: atualize a matrícula do imóvel negociado por meio do site registradores.org.br e solicite o laudo de avaliação junto ao banco concessor do crédito.
Quinto: Ingresse com o contrato de financiamento junto ao oficial de registro de imóveis da comarca do imóvel.
Sexto: tome posse da casa.
“É importante salientar que para a compra do imóvel o comprador precisa ter pelo menos 25% do valor do imóvel, para o pagamento do sinal e costas cartorárias”, afirma Anderson Ferreira.
Além disso, é importante ler atentamente o contrato de financiamento, entender as condições, taxas, prazos e demais detalhes antes de assiná-lo. Afinal, cada caso é único, e é essencial avaliar todas as opções disponíveis para tomar uma decisão informada e adequada às suas necessidades e capacidade financeira.