História por EFE • DW Brasil
O grupo de economias emergentes BRICS chegou a acordo sobre a expansão do bloco e as orientações para a adesão de novos membros, segundo ministra das Relações Exteriores sul-africana, Naledi Pandor.
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“Concordamos na questão da ampliação. E adotamos um documento que estabelece diretrizes de princípios e processos para considerar os países que desejam se tornar membros do BRICS”, disse hoje Naledi Pandor à “Ubuntu Radio”, emissora vinculada à sua pasta, durante a cúpula que o grupo está realizando em Joanesburgo.
“Os líderes dos BRICS farão um anúncio mais detalhado antes da conclusão da cúpula”, que tem encerramento previsto para quinta-feira, acrescentou a chefe da diplomacia sul-africana.
A ampliação do bloco de economias emergentes – atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – tem gerado grandes expectativas internacionais e poderá levar a mudanças significativas na atual ordem mundial.
Dezenas de países manifestaram abertamente interesse em ingressar no BRICS, segundo o Governo sul-africano, que recebeu “manifestações formais de interesse de líderes de 23 países”, incluindo Argentina, Irão, Arábia Saudita, Bolívia, Cuba, Honduras, Venezuela, Argélia e Indonésia.
O BRICS busca mais peso nas instituições internacionais, até agora dominadas pelos Estados Unidos e pela Europa; enquanto Pequim busca expandir sua influência na competição com Washington.
O anúncio da ministra foi precedido hoje por declarações de apoio à expansão por parte dos líderes do grupo, entre eles o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na sua XV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo.
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Mulheres e juventude
Naledi Pandor disse também que o bloco estabeleceu uma aliança de mulheres e um fórum para a juventude dentro do BRICS.
“É extremamente importante, e a formação da juventude, pela primeira vez tivemos dois jovens líderes a dirigirem-se aos líderes do BRICS de uma forma muito positiva e inspiradora, estabelecendo as aspirações dos jovens dos países BRICS relativamente ao papel que esperam que os BRICS desempenhem no desenvolvimento dos jovens”, salientou.
No campo empresarial, a governante sul-africana disse que o Conselho Empresarial dos BRICS apresentou o seu relatório anual “e, mais uma vez, observou-se uma série de áreas de acordo, especialmente um enfoque nas pequenas e médias empresas”.
“Mas o que é realmente interessante este ano para mim com os BRICS, é que todo o mundo quer participar”, salientou Naledi Pandor.
“Parece que o BRICS se tornou um conceito que se enraizou no discurso popular e estamos a ver o crescimento dos setores interessados e o governo está interessado, todos os governos, para garantir que se veja esta maior elaboração”, adiantou.
“Dada a sua dimensão, estamos a falar de milhares de pessoas a juntarem-se e penso que isto é absolutamente incrível”, sublinhou a chefe da diplomacia sul-africana.
Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo BRIC em 2006, ao qual se juntou a África do Sul em 2010, acrescentando a letra S à sigla.