Por Redação – Jornal Estadão

Como desenvolver a economia da região da Amazônia e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo? Para responder a essa pergunta com propostas concretas, um grupo de pesquisadores brasileiros lança nesta sexta-feira, 10, o livro “Amazônia 2030 – Bases para o desenvolvimento sustentável”, durante debate que será realizado em parceria entre o projeto Amazônia 2030 e o Estadão.

O Amazônia 2030 busca propostas para que a região amazônica alcance um patamar maior de desenvolvimento econômico e humano, ao mesmo tempo que atinja o uso sustentável dos recursos naturais em 2030. O livro a ser lançado nesta sexta-feira é uma síntese do trabalho coletivo de mais de 80 pesquisadores de diferentes instituições, que resultou em 60 relatórios publicados pelo projeto Amazônia 2030. O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, é um colaborador sênior do projeto.

Para os cientista, há cinco Amazônias diferentes
Para os cientista, há cinco Amazônias diferentes Foto: Mauro Pimentel/AFP

“Num momento em que crescem os riscos ligados ao aquecimento global, o que deveria ser um ativo do Brasil passou a ser um vergonhoso passivo reputacional e econômico. Mas agora, após um período de trevas, os ventos estão virando para a Amazônia. Vem, portanto, em boa hora o extraordinário projeto Amazônia 2030, que venho acompanhando com entusiasmo e admiração desde o início”, escreve o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, no prefácio da obra. “Este livro mostra o tamanho do desafio que terá de ser enfrentado, mas mostra também que é possível virar o jogo”, sintetiza Fraga.

Na obra, os pesquisadores debatem, entre outros temas, o que chamam de paradoxo amazônico: a tese de que elementos de crise tornaram-se oportunidades de desenvolvimento para a região.

Eles também desenham diferenças na economia, desenvolvimento e densidade demográfica de cinco macrozonas na Amazônia – e argumentam que delimitá-las é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas para a região. As cinco Amazônias, segundo os pesquisadores, são a Amazônia florestal, Amazônia florestal sob pressão, Amazônia desmatada, Amazônia não florestal (majoritariamente formada por cerrado) e Amazônia urbana (onde cerca de dois terços da população reside). Entre os temas centrais do livro está, ainda, o desmatamento zero e o ordenamento territorial como requisito para atingir o desenvolvimento sustentável.

Para debater e aprofundar o assunto, o Estadão irá transmitir, nesta sexta-feira, 10, às 9h30, o debate “Como desenvolver e proteger a Amazônia ao mesmo tempo? – Cientistas lançam livro com propostas para a região” (neste link). O evento será transmitido no portal do Estadão. Irão participar do debate dois dos autores da obra e co-coordenadores do projeto Amazônia 2030: Beto Veríssimo e Juliano Assunção.

Veríssimo é engenheiro agrônomo e mestre em ecologia pela Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA). É também cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia. Assunção é professor associado de economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretor executivo do Climate Policy Initiative (CPI). O evento será mediado pela repórter de economia do Estadão, Beatriz Bulla.

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