História por NICOLA PAMPLONA  • Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu governo não tem mais tempo a esperar e não pode ficar só constatando que não tem dinheiro. “A nossa obrigação é arrumar dinheiro e fazer esse PIB crescer.”

Lula discursou em evento de assinatura de contrato financiamento do NDB (Novo Banco do Desenvolvimento) ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e reforçou defesa de atuação mais forte do banco estatal de fomento.

O banco tenta reduzir o ritmo de devolução de empréstimos ao Tesouro para ter mais recursos para emprestar. Em outra frente, o governo tem dificuldades no Congresso com o Orçamento para 2024 e a meta de déficit zero.

“Se o BNDES não tem dinheiro, a gente vai ter que ir conversar com o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad”, afirmou. “Temos uma missão de fazer esse país voltar a crescer e, para crescer, o BNDES é uma peça importante.”

O presidente afirmou que o Tesouro “não pode ficar com “um trilhão e não sei quanto, dois trilhões guardados enquanto o BNDES fica comendo pão seco sem mortadela”.

BNDES e NDB anunciaram a captação de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões) para financiar projetos de combate às mudanças climáticas e de investimentos em infraestrutura sustentável. As captações têm garantia soberana da União.

No primeiro caso, o banco reservará US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para projetos em áreas como mobilidade urbana sustentável, resíduos sólidos, energias renováveis, equipamentos eficientes, cidades sustentáveis e florestas nativas.

No segundo, será US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões) para projetos de energia renovável, transporte e logística, saneamento, mobilidade urbana, tecnologias da informação e comunicação e infraestrutura social, com foco em educação e saúde.

Esse montante, disse o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, será destinado principalmente a projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não há como enfrentar crise climática, as exigências dos novos tempos, sem os bancos públicos”, afirmou.

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