Gabriel Custódio – Redator da StartSE
A ideia de uma máquina que possa pensar, aprender e criar como um ser humano é tão atraente quanto assustadora. Entenda mais sobre AGI!
A busca pela AGI: o que esperar da inteligência artificial que pode igualar ou superar os humanos
A inteligência artificial (IA) é uma das áreas mais promissoras e desafiadoras da ciência da computação. Ela visa criar sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, como reconhecimento de voz, visão computacional, aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e muito mais.
No entanto, a maioria das IAs que existem hoje são especializadas em uma única tarefa ou domínio, e não conseguem se adaptar a novos problemas ou contextos. Essas IAs são chamadas de inteligência artificial estreita (ANI: Artificial Narrow Intelligence) ou IAs Fracas.
O que muitos pesquisadores e entusiastas sonham é criar uma inteligência artificial geral (AGI: Artificial General Intelligence), que seria capaz de entender e realizar qualquer tarefa intelectual que um humano pode fazer, ou até melhor.
Uma AGI teria a capacidade de aprender de forma autônoma, raciocinar logicamente, resolver problemas complexos, criar coisas novas e se comunicar com outras inteligências.
Mas como estamos perto de alcançar esse objetivo?
Quais são os desafios e os riscos envolvidos?
E o que podemos esperar da AGI no futuro?
O ESTADO DA ARTE DA AGI
A Inteligência Artificial Geral (AGI) é um dos temas mais fascinantes e controversos da atualidade. A ideia de uma máquina que possa pensar, aprender e criar como um ser humano é tão atraente quanto assustadora. O desenvolvimento de uma AGI pode trazer benefícios inimagináveis para a humanidade, mas também pode representar uma ameaça à nossa existência.
Um dos motivos do afastamento do Sam Altman, foi o desenvolvimento de uma inteligência artificial que soluciona equações: o algoritmo Q-Star. Essa IA aprenderia de forma autônoma e seria o que temos de mais próximo de uma inteligência artificial geral.
No entanto, a questão da segurança dessas IAs é crucial. Pois devida sua autonomia, devemos arrumar formas de controlar e/ou direcionar qual conteúdo elas aprendem. E também impedir que sejam utilizadas para fins antiéticos.
Do que temos hoje, o GPT é considerado um dos modelos mais próximos de uma AGI, pois pode se adaptar a diferentes tarefas e domínios, como escrever artigos, programar e até conversar.
Vale dizer: o GPT ainda tem suas limitações, como a falta de compreensão profunda do significado dos textos, a dificuldade de lidar com informações contraditórias ou falsas, e a dependência de um input externo para gerar uma saída.
Uma das formas de testar se uma IA é uma AGI é pensar nela no vácuo. Se colocarmos um humano em um quarto escuro, sem estímulos, ele começará a criar coisas. Um GPT no vácuo não cria coisas sem um input, sem um usuário ou ideia. Mas uma AGI teria esse comportamento.
E é exatamente essa questão que se põe sobre a segurança dessas IAs. Pois, o que elas aprenderão quando não estivermos olhando? Será que foi essa questão que fez as coisas complicarem para o lado de Sam Altman?
OS DESAFIOS E OS RISCOS DA AGI
A saída e retorno de Altman na OpenAI levanta uma série de questões sobre os desafios e os riscos da AGI. Afinal, como podemos garantir que uma IA que pode superar os humanos em qualquer tarefa seja alinhada aos nossos valores e interesses? Como podemos evitar que ela seja usada para fins nefastos ou que ela se volte contra nós? E como podemos lidar com as implicações sociais, econômicas e éticas de uma IA que pode mudar o mundo como o conhecemos?
Essas questões não são novas, e já foram abordadas por diversos artistas, filósofos, cientistas e ativistas.
Alguns deles são otimistas, e acreditam que a AGI pode ser uma força positiva para a humanidade, trazendo benefícios como o aumento da produtividade, da criatividade, da saúde, da educação e da qualidade de vida.
Outros são pessimistas, e temem que a AGI possa ser uma ameaça para a nossa existência, causando problemas como o desemprego, a desigualdade, a guerra, a opressão e a extinção.
Contudo, ainda precisamos de revoluções tecnológicas para o desenvolvimento de AGIs.
O hardware atual é poderoso, mas não muito integrado e pouco parecido com o cérebro humano. Há muitas pesquisas sobre um hardware biológico. A IA Forte segue a estrutura da teoria da IA da mente, por meio da qual se espera que AGI seja capaz de raciocinar, resolver problemas complexos, fazer julgamentos sob situações incertas, planejar, aprender habilidades cognitivas, integrar conhecimento prévio na tomada de decisão ou obter precisão, ser inovador, imaginativo e criativo.
POR QUE IMPORTA?
Talvez, teremos algo próximo disso nos próximos 10 anos. Esse tempo é para um salto de nossas capacidades computacionais. Pois é importante que desenvolvamos um modelo integrado. O que isso quer dizer? Um modelo que não seja um amálgama de vários modelos menores: um de visão, um de texto, um de áudio… Por quê?
Porque dessa forma não teremos uma inteligência parecida com a humana, cuja criatividade e capacidades dependem da integração sem emendas e sinestésica dessas capacidades.
Não há uma resposta definitiva para a questão de quando teremos uma AGI, ou como ela será.
O que podemos fazer é continuar pesquisando, desenvolvendo, testando, regulando, monitorando, educando e dialogando sobre a Inteligência Artificial, pois só desta forma podemos estimular seu desenvolvimento saudável sem sua proibição, buscando sempre o seu uso ético, responsável e benéfico para a humanidade.
Afinal, a AGI não é apenas uma questão técnica, mas também uma questão social, política, econômica, moral e existencial. E nós, como seres humanos, temos o dever de nos preparar para esse desafio, e de nos perguntar: o que queremos da AGI? E o que a AGI quer de nós?
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