História de Julia Camim • Jornal Estadão

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, ironizou a data do julgamento que pode cassar e tornar inelegível por oito anos o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato. Após a nomeação do advogado José Rodrigo Sade para a vaga remanescente no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o órgão marcou a primeira sessão do julgamento de Moro para o dia 1.º de abril.

A data é conhecida no Brasil como o “Dia da Mentira” e Teixeira se referiu ao senador como “Pinóquio do século” no X (ex-Twitter). “Com tantas mentiras que contou na Lava Jato, Sergio Moro acabou sendo homenageado com o julgamento para sua cassação no dia 1º de abril!”, completou o ministro em sua publicação.

https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-0&features=eyJ0ZndfdGltZWxpbmVfbGlzdCI6eyJidWNrZXQiOltdLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2ZvbGxvd2VyX2NvdW50X3N1bnNldCI6eyJidWNrZXQiOnRydWUsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdHdlZXRfZWRpdF9iYWNrZW5kIjp7ImJ1Y2tldCI6Im9uIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH0sInRmd19yZWZzcmNfc2Vzc2lvbiI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfZm9zbnJfc29mdF9pbnRlcnZlbnRpb25zX2VuYWJsZWQiOnsiYnVja2V0Ijoib24iLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X21peGVkX21lZGlhXzE1ODk3Ijp7ImJ1Y2tldCI6InRyZWF0bWVudCIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3Nob3dfYmlyZHdhdGNoX3Bpdm90c19lbmFibGVkIjp7ImJ1Y2tldCI6Im9uIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH0sInRmd19kdXBsaWNhdGVfc2NyaWJlc190b19zZXR0aW5ncyI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdXNlX3Byb2ZpbGVfaW1hZ2Vfc2hhcGVfZW5hYmxlZCI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdmlkZW9faGxzX2R5bmFtaWNfbWFuaWZlc3RzXzE1MDgyIjp7ImJ1Y2tldCI6InRydWVfYml0cmF0ZSIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfbGVnYWN5X3RpbWVsaW5lX3N1bnNldCI6eyJidWNrZXQiOnRydWUsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdHdlZXRfZWRpdF9mcm9udGVuZCI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9fQ%3D%3D&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1760982571981426981&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fwww.estadao.com.br%2Fpolitica%2Fpinoquio-do-seculo-ministro-de-lula-ironiza-data-de-julgamento-que-pode-cassar-moro-nprp%2F&sessionId=4f3c83881bcedc196f8599d37f544309f7a321d5&theme=light&widgetsVersion=2615f7e52b7e0%3A1702314776716&width=550px

Moro é alvo de duas ações protocoladas pelo PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela federação de partidos composta por PT, PV e PCdoB. A cassação e o decreto de inelegibilidade de Moro foram pedidos pelo Ministério Público sob argumentação de que houve abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2022. O senador nega as irregularidades.-

O ex-juiz é acusado de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador, quando foi eleito com 1,9 milhões de votos (33,5% dos votos válidos). Os requerentes argumentam que essa irregularidade teria acontecido desde o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República, no final de 2021, que foi descartada posteriormente.

O Ministério Público considerou investimentos feitos pelo Podemos, partido que filiou Moro quando ele entrou na vida política e se lançou pré-candidato à Presidência da República. Em maio de 2022, o ex-juiz se filiou ao União Brasil após ver a diminuição das suas chances de vitória na corrida presidencial e candidatou-se oficialmente ao Senado. Os gastos na pré-campanha alcançaram a marca de R$ 2 milhões.

Senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO© Fornecido por Estadão

O parecer do MPE, de 79 páginas, é assinado pelos procuradores eleitorais Marcelo Godoy e Eloísa Helena Machado. Eles sustentam que os gastos na pré-campanha de Moro excederam o limite razoável. O parecer lista despesas com viagens, coletivas de imprensa, assessoria de comunicação, serviços de advocacia e locação de veículos, entre outros. O documento afirma também que o uso “excessivo” de recursos comprometeu a “lisura” e a “legitimidade” da eleição.

A Procuradoria Regional do Paraná se manifestou a favor da cassação, “a fim de que se reconheça a prática de abuso do poder econômico”.

Entre os trâmites das acusações, Moro foi ouvido pelo TRE no dia 7 de dezembro. Na ocasião, negou irregularidades nos gastos de campanha, se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas aos questionamentos do juiz do caso. O MPE não fez perguntas.

A tramitação do caso, no entanto, foi paralisada porque no dia 23 de janeiro o mandato do juiz titular Thiago Paiva acabou, deixando aberta uma cadeira no TRE. De acordo com o Código Eleitoral, casos que envolvem a cassação de parlamentares só podem ser apreciados com o quórum de juízes completo. Com a oficialização de Sade, o julgamento pode ser retomado.

Loading

By valeon