História de CdB – Correio do Brasil
De acordo com estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela apuração do índice e que prefere o anonimato, no caso do arroz, boa parte da safra já foi colhida, mas a preocupação agora é com o escoamento, uma vez que estradas e pontes foram fortemente atingidas pelas chuvas e mantêm isoladas regiões inteiras do Estado.
Por Redação, com Reuters – de São Paulo
O alagamento de fazendas inteiras, no interior do Rio Grande do Sul, já produz um impacto sobre os preços de produtos importantes para o prato dos brasileiros, como arroz e laticínios, alertam especialistas. Os economistas aguardam mais informações sobre a extensão da calamidade para estimar potenciais reflexos nos índices de inflação.
Ciclone também provocou inundações em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul© Fornecido por Correio do Brasil
O Estado gaúcho responde por 70% da produção nacional de arroz, produto que tem o maior peso no subitem do grupo “alimentação no domicílio” do índice de inflação ao consumidor IPCA. Também é um importante produtor de carnes e laticínios.
Infraestrutura
De acordo com estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela apuração do índice e que prefere o anonimato, no caso do arroz, boa parte da safra já foi colhida, mas a preocupação agora é com o escoamento, uma vez que estradas e pontes foram fortemente atingidas pelas chuvas e mantêm isoladas regiões inteiras do Estado.
— A parte que estiver armazenada nas áreas isoladas pode afetar a inflação — disse o servidor do IBGE, à mídia conservadora.
Segundo monitoramento em curso pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), já houve um ligeiro aumento do preço do arroz no Estado, segundo dados colhidos até a noite passada. Na véspera, o valor da saca, incluindo frete, estava em R$ 106,74, ante R$ 105,98 na segunda-feira da semana passada.
Produção
Entre as commodities, o Rio Grande do Sul também se destaca na produção de soja e milho, produtos que têm influência mais indireta na inflação do varejo, como componentes de ração animal. Nesse caso, a avaliação inicial é que a demanda pode ser suprida pela produção de outras regiões do país.
Ainda assim, André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que esses produtos podem ter impacto na inflação ao produtor.
— No nosso caso, que medimos preços no atacado, o impacto será maior porque as safras de milho, soja e arroz não foram todas colhidas, então algum efeito para inflação vai ter — disse.
Insumos
Ainda na véspera, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que há dez unidades processadoras de carnes de aves e de suínos do RS paralisadas ou com dificuldades de operar, pela impossibilidade de processar insumos ou transportar funcionários, e alertou para o risco de desabastecimento no Estado.
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, avalia que o principal foco de preocupação é a indústria de leite e laticínios.
— Pode haver perda porque a logística para distribuir leite para outros Estados cessa, e pode ter um impacto mais expressivo (no IPCA) — calcula.
Impacto
No Ministério da Fazenda, uma fonte disse à agência inglesa de notícias Reuters que ainda não seria possível fechar uma análise neste momento porque os problemas no Estado ainda estão em desenvolvimento, sendo difícil estimar com precisão gargalos de produção e escoamento de produtos que poderiam gerar pressão de preços.
De acordo com a fonte, a análise inicial que o governo está preparando para medir o impacto do desastre vai focar no impacto sobre a inflação de alimentos. Em avaliação preliminar, ela afirmou que a pressão sobre os preços no país não deve ser grande, mas que é preciso avaliar com mais tempo.