Thais Herédia – CNN Brasil

O ministro queria impor contrapartidas dos estados, assim como seus colegas antecessores. Nenhum deles conseguiu, e tudo indica que Haddad também ficará sem o sacrifício dos governadores pelo equilíbrio das contas públicas

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia no Palácio da Alvorada, em BrasíliaMinistro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia no Palácio da Alvorada, em Brasília02/05/2023REUTERS/Ueslei Marcelino

A renegociação da dívida dos estados com a União está pronta para virar a próxima pedra no caminho de Fernando Haddad.Playvolume

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O projeto apresentado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, prevê aos estados todos os benefícios, mas ao Tesouro Nacional, a conta.

A briga não é nova. Vem do final dos anos 90, quando o governo federal liquidou os bancos estaduais – todos quebrados –, federalizou as dívidas e repactuou o pagamento com juros abaixo do mercado.

A trégua durou até 15 anos atrás, quando os estados passaram a contar com a benevolência do Congresso e do Supremo Tribunal Federal para conseguir redução de juros e até a suspensão do pagamento dos débitos com a União.

A proposta de Pacheco tem o mérito de induzir investimentos nas áreas mais carentes dos estados, como educação, infraestrutura e saneamento básico.

Mas tem como premissa e incentivo o aumento de gastos, e não o controle das despesas – um problema grave tanto no governo federal quanto nos maiores estados brasileiros, exatamente aqueles mais endividados.

A pedra que surge no caminho de Haddad é o aumento da dívida pública se a proposta passar no Congresso como está. A União já paga mais juros na dívida soberana do que aquele que recebe dos estados, subsidiando os devedores. Imagine se a cobrança for zerada, como prevê a proposta no Senado.

O ministro queria impor contrapartidas dos estados, assim como seus colegas antecessores. Nenhum deles conseguiu, e tudo indica que Haddad também ficará sem o sacrifício dos governadores pelo equilíbrio das contas públicas.

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