História de Daniel Vila Nova – Jornal Estadão
A coloração da pista de atletismo do Stade de France, em Saint-Denis, vem chamando atenção do público das Olimpíadas de Paris 2024. Ao invés do tradicional tom avermelhado adotado em outras competições da modalidade, o circuito olímpico agora é roxo.
A escolha da cor foi feita para combinar com a identidade visual dos Jogos Olímpicos da França e aumentar o contraste entre pista e competidores, facilitando a visibilidade. Essa não é a primeira vez que a tonalidade das pistas olímpicas é alterada. Nos Jogos do Rio de Janeiro, por exemplo, o circuito era azulado. As mudanças, no entanto, não param nas cores.
No Stade de France, a pista olímpica tem a coloração roxa pela primeira vez na história das Olímpiadas. Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP
O COI apostou em uma nova tecnologia para a fabricação da pista. Além de ser mais sustentável, as pistas buscam melhorar o desempenho dos atletas e prevenir lesões. A grande revolução foi feita a partir de um novo material: conchas de moluscos bivalves, como mexilhões e amêijoas.
A empresa italiana Mondo, responsável pelas pistas olímpicas desde 1976, se aliou a Nieddittas, cooperativa de cultivo e pesca de mexilhões, para reutilizar as conchas dos animais na confecção do novo material.
De acordo com ambas as empresas, a utilização do carbonato de cálcio de moluscos afeta o meio ambiente de forma muito mais responsável e segura. O projeto foi realizado em parceria com o Laboratório de Engenharia de Polímeros do Politécnico de Milão.
Além das mudanças estéticas e sustentáveis, a nova pista também promete auxiliar na performance dos esportistas. Para isso, inúmeros estudos e pesquisas foram feitos visando aperfeiçoar o tamanho das bolhas de ar na camada inferior da pista. Dessa forma, a quantidade de energia absorvida e recuperada após o toque do atleta no chão foi otimizada.