História de Eduardo Gayer – Jornal Estadão
A ex-presidente Dilma Rousseff deve ser reconduzida à presidência do Banco do Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Em um aceno ao Brasil, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai abrir mão da prerrogativa de indicar o próximo chefe da instituição em favor da petista. O mandato do Brasil à frente do NDB, com sede em Xangai, vence em julho de 2025.
O Palácio do Planalto recebeu o gesto de Putin positivamente. Havia uma preocupação de que um eventual comando de Moscou inviabilizasse o banco, já que a Rússia é alvo de sanções econômicas por ter invadido a Ucrânia e manter uma guerra em solo europeu.
Dilma foi indicada ao comando do Banco do Brics pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fevereiro de 2023 para substituir Marcos Troyjo, nome do ex-presidente Jair Bolsonaro. A presidência do NDB é rotativa e os mandatos são de cinco anos.
Pessoas próximas à ex-presidente do Brasil, porém, afirmam que ela tem sinalizado o desejo de voltar a morar no País, onde está sua família. Dilma e Putin se encontraram nesta semana na cúpula do Brics. Lula desmarcou sua presença após sofrer um acidente doméstico no último sábado, e designou o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, como chefe da delegação brasileira.
Dilma e Putin durante a Cúpula do Brics. Foto: Kremlin
Além da Rússia, outro país com grande influência no Brics mantém boa relação com Dilma: a China. Em setembro, ela recebeu a maior honraria do governo chinês concedida para estrangeiros, das mãos do presidente chinês, Xi Jinping. A cerimônia ocorreu em Pequim, no Grande Salão do Povo, um dos prédios símbolo do regime comunista do país asiático.
A ex-presidente qualificou a homenagem como “uma honra extraordinária” e disse que as “notáveis conquistas que a China alcançou nas últimas quatro décadas” a tornaram um “farol de esperança e inspiração para o mundo”, durante discurso para centenas de pessoas que ocupavam o salão.