Por Thaís Martins*

Receber um “não” pode ser uma experiência difícil e frustrante, seja na vida pessoal ou profissional. Todos nós já enfrentamos situações em que portas se fecharam e expectativas não foram atendidas, o que muitas vezes gera dúvidas e insegurança. No entanto, poucos percebem que esses “nãos” podem ser fundamentais para o nosso crescimento, ajudando-nos a traçar novos caminhos e abrir portas para oportunidades ainda maiores.

Em minha jornada, enfrentei vários “nãos”, mas aprendi a vê-los sob uma nova perspectiva ao longo do tempo. Entendi que um retorno negativo não é o fim de uma trajetória, mas um convite para refletir, reajustar a rota e seguir adiante. Em vez de me deixar abater pelas negativas, optei por analisá-las de outra forma: o que eu podia aprender com cada experiência? Como esse “não” poderia acrescentar à minha vida, tanto no âmbito pessoal quanto profissional?

Por exemplo, uma das maiores lições que aprendi foi que os “nãos” na carreira podem ser grandes oportunidades de crescimento. Em várias situações, perdi chances de trabalho, vi projetos sendo rejeitados e enfrentei obstáculos que pareciam intransponíveis. No entanto, em vez de desistir, comecei a enxergar essas situações como formas de me reinventar. Cada negativa me forçava a buscar novas habilidades, desenvolver competências e explorar talentos que eu ainda não conhecia. Esse processo de redescoberta acabou se tornando essencial para o meu crescimento profissional. Ao me deparar com um “não”, procurava sempre identificar novas oportunidades e caminhos diferentes a serem trilhados. E foi essa atitude que me permitiu avançar.

No contexto dos concursos públicos, os “nãos” podem ser especialmente desafiadores. É comum dedicar meses, às vezes anos, de estudo e preparação para, no final, sermos reprovados. Eu mesma passei por isso em diversas ocasiões e confesso que houve momentos em que pensei em desistir. No entanto, a clareza do meu objetivo — o sonho de conquistar a estabilidade e a realização pessoal que a carreira pública oferece — me manteve firme. Cada reprovação foi um estímulo para continuar minha preparação, melhorar minha estratégia de estudos e manter o foco nos benefícios que esse percurso proporciona. Ao persistir e manter a constância, conquistei finalmente o “sim” que tanto esperava. E, quando ele chegou, percebi que todo o caminho, com seus altos e baixos, havia valido a pena.

Ao longo da minha jornada, aprendi que ressignificar os “nãos” é essencial para avançar na carreira. Em vez de encará-los como derrotas, é preciso vê-los como oportunidades de amadurecimento. Um “não” nos ensina a ser mais resilientes, desafiando-nos a sermos profissionais melhores e mais preparados para enfrentar o mercado de trabalho. Minha dica para quem enfrenta essas negativas é simples: aceite o “não” como parte do processo de crescimento. Reflita sobre o que pode ser aprendido e, acima de tudo, persista. A persistência é o que separa aqueles que desistem daqueles que conquistam seus sonhos.

Minha história é um testemunho de como os “nãos” podem abrir caminho para o sucesso. Após perder minha avó aos sete anos, fui acolhida na Casa de Ismael, onde cresci cercada por carinho e apoio. No entanto, a vida no orfanato também trouxe inúmeros desafios. Houve momentos de incerteza e muitos “nãos” que poderiam ter me desmotivado. Porém, cada desafio que enfrentei ajudou a construir a base para as conquistas futuras. Fui a primeira interna da Casa de Ismael a passar no vestibular e a conquistar uma bolsa de estudos, o que me abriu as portas para uma carreira na comunicação e, posteriormente, no serviço público. Hoje, como servidora pública e escritora, posso afirmar que os “nãos” que recebi ao longo da vida foram fundamentais para me moldar e me preparar para o sucesso que alcancei.

Refletindo sobre o passado, percebo que os momentos mais desafiadores, em que o “não” parecia predominante, foram os que mais me fortaleceram. Eles me ensinaram a ser mais persistente, mais focada e, acima de tudo, mais grata pelas oportunidades que surgiram. Minha trajetória é prova de que os “nãos” são importantes e que, ao enfrentá-los com determinação e resiliência, é possível transformar essas negativas em grandes conquistas.

Convido você a refletir sobre os “nãos” que já recebeu em sua vida. Quais portas se fecharam e o que você aprendeu com isso? Ao ressignificar essas experiências, podemos enxergar que elas nos prepararam para algo maior. O importante é nunca perder de vista nossos objetivos e continuar avançando, mesmo quando o caminho parecer difícil. Afinal, cada “não” pode ser apenas um degrau rumo ao “sim” que transformará sua vida.

*Thaís Martins é uma autora best-seller do best-seller da Amazon “Do Orfanato ao Ministério: Como rompi com o ciclo da pobreza e alcancei a carreira pública em 7 passos simples” , servidora pública como analista de comunicação no Ministério Público Federal e jornalista brasiliense.

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