História de Redação – Jornal Estadão
No “Estadão Analisa” desta quarta-feira, 30, Carlos Andreazza comenta os movimentos fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para blindar seus planos de corte de gastos. Haddad quer convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da proposta antes de apresentar os números, inclusive para outros integrantes do governo. A ideia é evitar que o projeto seja alvo de ataques, o que poderia começar a desidratá-lo ainda antes do início das discussões formais.
O Estadão/Broadcast apurou que Lula já sabe as linhas gerais da proposta elaborada pela equipe econômica, mas ainda não conhece os detalhes do pacote. Uma apresentação formal provavelmente ocorrerá ainda nesta semana. Deve ser conduzida por Haddad e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Andreazza também fala de José Dirceu e a decisão de Gilmar Mendes que anulou condenações impostas ao ex-ministro no âmbito da Lava Jato e pode restituir elegibilidade ao petista. Dirceu também já teve uma pena imposta pela Lava Jato revertida pelo Supremo em maio deste ano.
O colunista destaca a negociação de Bolsonaro com Lira sobre anistia. Valdemar Costa Neto e seu partido, o PL, tentam incluir o ex-presidente no projeto que visa salvar os militantes condenados pelo STF por ataques à democracia. Enquanto esquentam as articulações por uma solução para o plano de anistiar os condenados pelo 8 de Janeiro e reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente foi ao Senado Federal nesta terça-feira, 29, para negociar uma saída ao projeto que pode beneficiá-lo.
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De líder estudantil a ministro: quem é José Dirceu, que teve condenações na Lava Jato anuladas
Filiado ao PT, ex-ministro também foi deputado estadual e federal; durante a ditadura militar, Dirceu foi preso devido atuação em movimentos estudantis
Jean Araújo – colaboração para a CNN
Nascido em 13 de março de 1946 na cidade de Passa Quatro (MG), José Dirceu (78) é um político e advogado formado pela PUC-SP.
Durante 1987 a 1991, atuou como deputado estadual por São Paulo, eleito com 23.990 votos. Por três legislaturas, 1991 a 2005, foi deputado federal e, entre 2003 e 2005, foi ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula (PT). Após o escândalo do “mensalão”, deixou o cargo de ministro e, em 1º de dezembro de 2005, perdeu o mandato de deputado.
Em 2016, o mineiro foi condenado a 23 anos e três meses de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-ministro foi acusado corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa por de ter recebido suposto caixa dois para o PT nas eleições de 2010.
Em maio deste ano, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu uma condenação de Dirceu pelo crime de corrupção passiva.
Nesta segunda-feira (28), o ministro Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Lava Jato.
Trajetória de José Dirceu
No início da década de 60, quando chegou a São Paulo, Dirceu ingressou em movimentos estudantis e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1965, iniciou a graduação em direito e, enquanto universitário, foi líder do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da União Estadual dos Estudantes (UEE).
Em 1968, o ex-ministro foi preso ao participar do 30° Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna, interior paulista. Na época, ele tinha 22 anos e o país passava pela ditadura militar (1964-1985).
No ano seguinte, Dirceu foi solto após membros da Dissidência Comunista de Guanabara sequestrarem um embaixador estadunidense, Charles Burke Elbrick, e exigirem a soltura de 15 presos políticos pela liberdade do embaixador.
Em seguida, Dirceu foi levado ao México como exilado político. Ele seguiu para Cuba, local onde viveu após ter a nacionalidade cassada e ser banido do Brasil.
Seis anos depois, em 1975, Dirceu voltou ao Brasil clandestinamente e permaneceu em Cruzeiro do Oeste (PR) até 1979, quando realizou uma cirurgia plástica para adotar uma nova identidade.
No mesmo ano, o então presidente João Baptista Figueiredo assinou a Lei da Anistia, a qual concedeu perdão aos perseguidos políticos da ditadura.
Com absolvição, em setembro daquele ano Dirceu voltou a São Paulo e atuou na fundação do Partidos dos Trabalhadores (PT), sigla na qual permaneceu durante os mandatos.
*Com informações da Agência Câmara e da Agência Senado