História de AFP
Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX, apoiou Donald Trump e ajudou a impulsionar sua vitória, o que coroou uma surpreendente virada política para o homem mais rico do mundo© Anna Moneymaker
O bilionário Elon Musk disse, nesta quarta-feira (20), que, como futuro encarregado da “eficiência” do Estado americano, prevê cortes maciços de funcionários públicos, remoção de subsídios e desregulamentação, em um artigo publicado no The Wall Street Journal.
O homem mais rico do mundo disse que tem como alvo centenas de bilhões de dólares em gastos governamentais, incluindo o financiamento de emissoras públicas e os grupos de planejamento familiar Planned Parenthood, bem como uma burocracia que representa uma “ameaça existencial” à democracia dos EUA.
O fundador da Tesla e da SpaceX afirmou que vai trabalhar juntamente com seu colega empresário Vivek Ramaswamy, assim como ele leal a Trump, para reduzir as regulações federais e fazer importantes cortes administrativos e de custos.
“Somos empresários, não políticos. Vamos servir como voluntários externos, não como funcionários públicos ou empregados federais”, escreveram Musk e Ramaswamy.
“Quando o presidente cancelar milhares destas regulações, os críticos vão alegar extrapolação executiva. De fato, estará corrigindo a extrapolação executiva de milhares de regulações promulgadas por decreto administrativo que nunca foram autorizadas pelo Congresso”, afirmaram.
Musk e Ramaswamy acrescentaram que uma redução das regulações abriria o caminho para “reduções maciças de pessoal em toda a burocracia federal”. O objetivo, segundo eles, é cortar mais de US$ 500 bilhões (aproximadamente R$ 2,88 trilhões) em gastos governamentais.
“Com um mandato eleitoral decisivo e uma maioria conservadora de 6-3 na Suprema Corte”, o novo departamento de eficiência governamental “tem uma oportunidade histórica de realizar reduções estruturais no governo federal”, opinam.
A pesar da agenda ambiciosa, os planos para desmantelar programas vão, muito provavelmente, se deparar com a oposição de políticos, inclusive republicanos.
Mesmo assim, Musk e Ramaswamy citaram uma série de decisões da Suprema Corte que, segundo eles, justificam os cortes, e avaliam que o uso de decretos para cortar regulações não aprovadas pelo Congresso é “legítimo e necessário”.
Eles esperam ter terminado a tarefa até 4 de julho de 2026.
Musk se tornou um aliado próximo de Trump nos últimos meses. Gastou mais de 100 milhões de dólares (R$ 577 milhões, na cotação atual) para impulsionar sua candidatura à Presidência e participou de comícios no estado-chave da Pensilvânia.
Como suas empresas têm diferentes graus de interação com o governo americano e com governos estrangeiros, seu novo posto traz dúvidas sobre um conflito de interesses.
O bilionário nascido na África do Sul convidou Trump a assistir a um voo de testes de sua empresa, SpaceX, na terça-feira, em uma demonstração dos vínculos cada vez mais estreitos entre os dois, mas atritos podem surgir no futuro.