Thais Requito, pioneira na prática de Mindfulness e Inteligência Emocional na América Latina

Para Thais Requito, pioneira na prática de Mindfulness e Inteligência Emocional na América Latina, as chamadas soft skills são cada vez mais essenciais no ambiente corporativo, especialmente para garantir o bem-estar dos colaboradores

São Paulo, novembro de 2024 – A retenção de talentos em uma empresa não é tarefa fácil, ainda mais quando os colaboradores estão expressamente infelizes com o ambiente de trabalho. De acordo com o relatório State of the Global Workplace 2024, da Gallup, apenas 31% dos trabalhadores brasileiros se consideram engajados, e 46% dos trabalhadores relatam altos níveis de estresse diário, um dos maiores índices da América Latina.

Além disso, o estudo estima que a baixa no engajamento custa à economia global US$ 8,9 trilhões, o equivalente a 9% do PIB global. Desse modo, o que se pode fazer ou deve ser feito para que as pessoas se sintam mais felizes e confortáveis no dia a dia profissional?

“É crucial que empresas e profissionais assumam a responsabilidade conjunta de criar ambientes de trabalho que não só promovam o desempenho, mas também a saúde mental e o bem-estar. O futuro do trabalho requer um novo conjunto de habilidades que integrem crescimento pessoal, resiliência e uma visão sustentável de sucesso”, explica Thais Requito, professora de Mindfulness e Inteligência Emocional formada pelo Centro de Mindfulness da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pioneira no ensino dessas técnicas na América Latina.

A importância das soft skills no dia a dia corporativo

Para Thais, a felicidade no trabalho é multifatorial e depende de diversos aspectos, que vão do ambiente aos benefícios oferecidos, passando pela cultura, possibilidade de desenvolvimento, entre outros fatores. “Nem tudo o que envolve o trabalho pode ser escolhido ou influenciado diretamente pelo profissional, mas há alguns fatores que podemos gerenciar e que impactam substancialmente a nossa satisfação e felicidade no trabalho”, diz.

Segundo a especialista, são cinco os principais fatores mencionados: autorregulação; automotivação gentil; construção de significado; produtividade sustentável; e conexão com os colegas de trabalho. A seguir, Thais explica mais sobre esses comportamentos.

1. Autorregulação. “A autorregulação é a habilidade de reconhecer, nomear e gerenciar emoções, especialmente aquelas difíceis. Em um ambiente de trabalho muitas vezes estressante, essa competência se torna vital, e profissionais que conseguem identificar suas emoções e reações podem lidar melhor com desafios e conflitos. Ao praticar a autoconsciência e a autorregulação, você se torna mais resiliente, o que não apenas melhora seu bem-estar pessoal, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo”, começa.

2. Automotivação gentil. “A capacidade de motivar a si mesmo é fundamental para qualquer profissional que deseja alcançar seus objetivos. Praticar a autocompaixão significa tratar-se com gentileza, especialmente diante de falhas e desafios. Ao abandonar a autocobrança excessiva e a autocrítica, você cria um ambiente interno que favorece o crescimento e a superação. Essa abordagem não apenas aumenta a motivação, mas também proporciona uma sensação de realização e felicidade, tornando mais fácil enfrentar os altos e baixos da vida profissional”, ensina.

3. Construção de significado. “Encontrar significado nas tarefas diárias é um dos pilares para a felicidade no trabalho. O conceito de ‘job crafting’ permite que os profissionais busquem encontrar consistência entre suas funções e seus valores, habilidades e interesses, fortalecendo o senso de propósito. Quando você se sente conectado ao que faz, o trabalho se transforma em uma extensão de quem você é, o que aumenta a satisfação e o engajamento. Esse alinhamento entre valores e atividades diárias é essencial para um trabalho mais significativo e gratificante”, conta.

4. Produtividade sustentável. “Cultivar a atenção plena é essencial para equilibrar a produtividade com momentos de pausa. É comum confundirmos estar ocupado com ser produtivo, mas é crucial entender que esses conceitos não são sinônimos. A gestão eficaz do tempo envolve alternar períodos de intensidade com descansos, evitando a armadilha da multitarefa. Quando aprendemos a focar no que realmente importa, conseguimos aumentar nossa eficiência e reduzir o estresse, resultando em um trabalho de maior qualidade e satisfação pessoal”, explica.

5. Conexão com colegas. “Ter amigos no trabalho é mais do que uma questão social; trata-se de construir um ambiente que promova segurança psicológica e colaboração. Estudos mostram que equipes com boas relações interpessoais são mais eficientes e inovadoras. Para cultivar relacionamentos saudáveis, é importante adotar uma atitude colaborativa, tratando os colegas como seres humanos complexos, e não apenas como representantes de suas funções. Além disso, trocar a culpa pela curiosidade pode levar a uma melhor compreensão mútua e a resultados mais eficazes”, conclui.

Além dessas habilidades, a professora ressalta a capacidade de adaptação e resiliência. Profissionais adaptáveis conseguem lidar com desafios e aproveitar oportunidades, mantendo o crescimento pessoal e profissional.

“As chamadas soft skills, como comunicação eficaz e resolução de conflitos, tornaram-se cada vez mais importantes em um contexto de trabalho que valoriza a interdependência. A habilidade de se comunicar claramente evita mal-entendidos e melhora a eficiência do trabalho em equipe, contribuindo para um ambiente mais produtivo”, conclui Thais.

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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