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Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em sua rede social que, caso não haja um acordo de paz em breve, irá impor sanções a Moscou e aliados.

Trump pretende mesmo penalizar Putin, com quem se dava tão bem em seu primeiro mandato? (Foto de 2018)

Trump pretende mesmo penalizar Putin, com quem se dava tão bem em seu primeiro mandato? (Foto de 2018)© Valery Sharifulin/ITAR-TASS/imago

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (22/01) impor novas sanções e tarifas contra a Rússia se seu homólogo russo, Vladimir Putin, não encerrar a guerra na Ucrânia.

“Se não chegarmos a um ‘acordo’, e logo, não terei outra opção a não ser aplicar altos níveis de impostos, tarifas e sanções a tudo o que for vendido pela Rússia aos Estados Unidos e a vários outros países participantes”, afirmou o chefe de governo americano em sua rede social.

A publicação começa em tom amigável, com Trump afirmando que não pretende “machucar” a Rússia, que ama o povo russo e sempre teve uma boa relação com Putin, puxando ainda a memória de que a Rússia ajudou os EUA na Segunda Guerra Mundial.

“Tendo isso dito, vou fazer à Russia, cuja economia está declinando, e ao presidente Putin, um grande FAVOR. Resolva agora e PARE essa guerra ridícula. ISSO SÓ VAI PIORAR.”, publicou, em caixa alta.

Trump afirma ainda que, se fosse presidente na época, a guerra iniciada em 24 de fevereiro de 2022 “nunca teria começado”. “Podemos fazer isso [pôr fim à guerra] do jeito fácil ou do jeito difícil – e o jeito fácil é sempre melhor.”

Não ficou claro quais outras penalidades Trump estaria considerando, já que os Estados Unidos, a União Europeia e outros países já impuseram várias sanções à Rússia e a políticos, empresários e militares do país desde que Moscou iniciou a invasão em grande escala na Ucrânia. Praticamente todos os produtos russos já estão proibidos de ser importados para os EUA – com exceção de uma pequena quantidade de fertilizantes, ração animal e maquinário.

Cem dias para encerrar a guerra

Durante sua campanha eleitoral, Trump chegou a dizer que acabaria com a guerra na Ucrânia em um só dia. No discurso de posse da segunda-feira, definiu-se como um “pacificador”. O enviado especial da Casa Branca à Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou que o conflito poderá ser resolvido em 100 dias.

Há muito ceticismo sobre a viabilidade do plano do novo presidente, embora Moscou tenha sinalizado, após a declaração de Trump, que o momento pode ser favorável para negociações.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou nesta quarta-feira que Moscou vê uma “pequena janela de oportunidade” para negociar acordos com Trump, embora não tenha falado especificamente da questão ucraniana.

“Não podemos dizer nada hoje sobre o grau de capacidade de negociação do novo governo, mas ainda assim, em comparação com a falta de esperança em todos os aspectos do chefe da Casa Branca anterior, há uma janela de oportunidade hoje, embora pequena”, disse Ryabkov em discurso no Instituto de Estudos Americanos e Canadenses de Moscou.

Ucrânia teme perdas territoriais

A Ucrânia, por sua vez, depende muito do apoio ocidental para se defender da invasão russa, principalmente o fornecimento de armas de Washington – o que não está claro se será mantido por Trump.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, reiterou que qualquer acordo de paz com os russos deve ser acompanhado de supervisão militar e pediu um efetivo de 200 mil soldados europeus de manutenção da paz.

Há o temor de que um acordo de paz negociado por Trump implique em perdas territoriais consideráveis para a Ucrânia.

Trump comentou na terça-feira que ia “verificar” se os EUA enviarão ou não mais armas para a Ucrânia, em contraste com a gestão anterior, de Joe Biden, que intensificou o envio de armamento e fundos para Kiev, sobretudo nos últimos meses de mandato.

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By valeon