Mauro Falcão | seg., 31 de mar., 10:20 (há 22 horas) |
08 DE JANEIRO – A DEMOCRACIA NO BANCO DOS RÉUS
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08 DE JANEIRO – A DEMOCRACIA NO BANCO DOS RÉUS
A estabilidade de uma sociedade repousa sobre um frágil equilíbrio entre seus poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um desempenha um papel essencial—o Legislativo elabora as leis, o Executivo as implementa e o Judiciário garante sua aplicação justa. No entanto, nesse jogo de forças, a política age como um xadrez de interesses, manipulando percepções e narrativas, sempre atenta às oportunidades que as tensões sociais oferecem.
Os estrategistas políticos identificam rapidamente os grupos mais vulneráveis e os utilizam como instrumentos. Alguns percebem essa manipulação com clareza, enquanto outros, movidos por ideologias ou desinformação, tornam-se peças inconscientes de uma engrenagem maior. O discurso, cuidadosamente moldado, cria antagonismos e direciona a sociedade contra seus próprios pilares democráticos. O Judiciário, nesse contexto, se torna alvo de desconfiança e disputas, ora exaltado, ora atacado, conforme as conveniências do momento.
Mas como interpretar esses embates de forma isenta? Como resgatar o verdadeiro sentido da lei em meio à sua deturpação política? O espírito da lei não reside apenas em seu texto formal, mas na razão que a originou. Ele nasce dos costumes, das necessidades e dos valores que demandam sua normatização. Seu significado autêntico se encontra nas justificativas que fundamentam seu projeto, no contexto social que lhe deu forma. Quando a interpretação se afasta dessas raízes, abre-se espaço para arbitrariedades e manipulações.
Montesquieu alertava que a lei não é apenas um instrumento de ordem, mas um reflexo da alma de uma sociedade. Se seu espírito é violado, a própria justiça se corrompe. A distorção do sentido original das leis é uma das armas mais eficazes do autoritarismo, pois permite que a tirania se disfarce sob a aparência da legalidade.
Portanto, é imperativo permanecermos atentos. A democracia não é apenas um sistema político, mas um compromisso com a verdade e a justiça. Se permitirmos que o espírito da lei seja corrompido por interesses escusos, não seremos cidadãos de uma nação livre, mas meros instrumentos de um poder que se sustenta na alienação coletiva.
Mauro Falcão, escritor brasileiro
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