André Charone
Rodrigo Almeida <sistemas@comuniquese4.com.br> Cancelar inscrição | 8 de abr. de 2025, 10:26 (há 20 horas) |
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Quanto custa a violência no Brasil? O rombo silencioso de R$ 1 trilhão por ano Quando se fala em violência no Brasil, o foco costuma estar nos números de homicídios, assaltos e crimes patrimoniais. Mas além de cada estatística policial, há também um custo silencioso, invisível para a maioria da população, mas profundamente corrosivo para a economia nacional. A violência custa ao Brasil cerca de 11% do PIB ou seja, mais de R$ 1 trilhão por ano , segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e estimativas de impacto econômico. É quase como se o país perdesse um Estado de Minas Gerais inteiro em valor econômico, anualmente, apenas tentando lidar com os efeitos diretos e indiretos da criminalidade. “Estamos falando de um dos maiores custos estruturais do Brasil. A violência compromete investimentos, afasta o turismo, pressiona os gastos públicos e impõe um custo altíssimo às empresas e famílias. É uma sangria constante que trava o desenvolvimento econômico”, analisa André Charone, consultor financeiro e mestre em negócios internacionais. A conta que não fecha De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública , o Brasil registrou 46.328 mortes violentas intencionais em 2023 , o menor número desde 2011, mas ainda alarmante. Isso equivale a 22,8 homicídios a cada 100 mil habitantes , uma taxa ainda elevada para padrões internacionais. A cada assassinato, não é apenas uma vida que se perde. Segundo estimativas do Ipea, cada morte custou em média R$ 1 milhão aos cofres públicos , considerando gastos com sistema de saúde, previdência, segurança, processos judiciais e perda de produtividade. O total anual ultrapassa R$ 46 bilhões apenas com homicídios . E isso é apenas a ponta do iceberg. “Quando uma cidade enfrenta altos índices de violência, há desvalorização imobiliária, evasão escolar, retração do comércio e perda de produtividade nas empresas. Esse impacto indireto é ainda mais difícil de mensurar e mais profundo”, explica Charone. Segurança pública: uma fatura bilionária Só em 2023, os governos federais, estaduais e municipais desembolsaram R$ 124,8 bilhões em segurança pública , com os estados sendo responsáveis por mais de R$ 101 bilhões desse total. O número representa um crescimento em relação à década passada, mas ainda está longe de garantir uma sensação de segurança eficaz para a população. Esse gasto, porém, não abrange outros custos associados, como os da justiça criminal, do sistema penitenciário e da saúde pública . O SUS, por exemplo, gastou R$ 41 milhões em 2022 apenas com internações por danos causados por armas de fogo, um número que não inclui atendimentos ambulatoriais, cirurgias de emergência, reabilitação e os custos psicológicos para vítimas e familiares. O impacto no setor privado A violência também é um peso para o setor produtivo. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as empresas gastam, em média, 1,7% do PIB com segurança privada , o que representa aproximadamente R$ 170 bilhões por ano . São recursos que poderiam estar sendo investidos em inovação, expansão ou geração de empregos. “Já vi empresas abandonarem regiões inteiras por conta da criminalidade. Isso afeta empregos, renda e arrecadação. A violência distorce decisões empresariais e amplia ainda mais a desigualdade regional”, relata André Charone, que atua como consultor financeiro de negócios em todo o país. Além disso, empreendimentos localizados em áreas violentas sofrem com queda no fluxo de clientes, aumento do custo de seguro e rotatividade de funcionários . “A insegurança virou um fator econômico que pesa no balanço das empresas”, completa. O custo da violência para o futuro A violência não é apenas um problema do presente que compromete o futuro. Jovens que abandonam a escola por medo, trabalhadores que perdem produtividade por trauma ou estresse, famílias desestruturadas… tudo isso tem um preço. E ele não aparece nas planilhas do governo, mas na redução da força de trabalho comprometida e na perpetuação da pobreza. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou que os crimes violentos geram perdas anuais de até R$ 11,48 bilhões , cerca de 0,9% do PIB fluminense. “A violência afeta a educação, a empregabilidade e a mobilidade social. Ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência da desigualdade. E qualquer país que queira crescer precisa enfrentar esse ciclo com seriedade”, afirma Charone. É possível virar o jogo? Embora o cenário pareça desanimador, há exemplos de que políticas públicas bem regionais podem fazer diferença . É possível reduzir drasticamente os índices de criminalidade com estratégias que integram segurança, urbanismo, educação e uso de tecnologia. Charone defende uma visão integrada: “Investir em educação de base, cultura, esporte e infraestrutura urbana é uma política de segurança pública de longo prazo.” Para ele, o Brasil precisa tratar a violência como uma variável econômica , e não apenas como um problema de polícia. “Quando o custo da violência entra na mesa do ministro da Fazenda, o empresário e o cidadão comum, as soluções passam a ser tratadas com a urgência que merecem.” O rombo invisível A violência no Brasil custa caro. Muito caro. E enquanto for tratado como algo isolado do debate econômico, o país continuará contra a maré. O combate à criminalidade não é apenas uma questão de justiça social, é uma condição essencial para que o Brasil avance de verdade. Sobre o autor: André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA). É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e bolsas de artigos na área contábil, empresarial e educacional. André lançou recentemente o livro ‘A Verdade Sobre o Dinheiro: Lições de Finanças para o Seu Dia a Dia’, um guia prático e acessível para quem deseja alcançar a estabilidade financeira sem fórmulas mágicas ou promessas de enriquecimento fácil. O livro está disponível em versão física pela Amazon e versão digital pelo Google Play. Versão Física (Amazon): https://www.amazon.com.br/dp/6501162408/ref=sr_1_2?m=A2S15SF5QO6JFU Versão Digital (Google Play): https://play.google.com/store/books/details?id=2y4mEQAAQBAJ Instagram: @andrecharone Imagens: Divulgação / Consultório da fama |
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